Nove meses depois de o Bolsa Família dar lugar ao Auxílio Brasil, o governo federal começou a distribuir os novos cartões do benefício. O modelo, com chip, pode ser usado na função débito e, a três meses das eleições, traz a marca do programa criado pelo governo Jair Bolsonaro, deixando de lado a identidade desenvolvida durante o governo do PT.
De acordo com o Ministério da Cidadania, 3,2 milhões de cartões foram emitidos em junho e já começaram a ser entregues pelos Correios. Serão contempladas 6,6 milhões de famílias beneficiárias, de maneira gradual e escalonada. O calendário de entrega, no entanto, não foi divulgado.
Nessa primeira fase, tem prioridade quem ingressou no programa a partir de dezembro de 2021 e que, por não ter o cartão do benefício, recebe os R$ 400 mensais por meio da poupança social digital da Caixa. Quando o programa mudou de nome, os cartões deixaram de ser emitidos.
Para o governo, além de aumentar a segurança — permitindo, por exemplo, que o cidadão saque o valor na rede da Caixa e também em Bancos 24h — a mudança elimina a necessidade de as famílias se deslocarem para agências do banco estatal que, às vezes, ficam distante de onde moram.
Cartões antigos continuam válidos
Ainda segundo o ministério, os cartões antigos continuam válidos. Quem ainda não recebeu o novo cartão e está fora do grupo prioritário pode acompanhar o envio ligando para a central de atendimento da Caixa, nos telefones 0800-104-0104 e 4004-0104, ou presencialmente nas agências do banco.
Quando a substituição dos cartões foi anunciada, a expectativa era que a mudança custasse aos cofres federais cerca de R$ 324 milhões. A medida foi questionada por um grupo de deputados federais no Tribunal de Contas da União (TCU). Eles apontaram mau uso do dinheiro público.
Os parlamentares também argumentaram que havia motivação eleitoreira na troca do modelo, já que os cartões antigos ainda estão funcionando e permitem que os usuários continuem sacando dinheiro, mesmo após a transição entre os programas.