O autor do ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, foi internado na Fundação Casa do Brás, localizada na capital paulista. O adolescente, de apenas 13 anos, matou uma professora de 71 anos a facadas na manhã da segunda-feira (27), além de ferir outras cinco pessoas, sendo três adolescentes e dois alunos.
Antes de ser transferido, o agressor prestou depoimento no 34° Distrito Policial da Vila Sônia. Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcus Vinicius Reis, o jovem chamou atenção pela frieza, uma vez que, ao confessar o crime, não “demonstrou muita emoção”. Ele foi ouvido na presença dos pais, que também prestaram depoimento.
Nesta terça-feira (28), o agressor deve passar por uma audiência na Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A polícia ainda irá investigar se o jovem teve algum tipo de ajuda ou incentivo para realizar o ataque e se planejava ferir, além dos funcionários e alunos da escola, familiares ou a si próprio.
Isso porque, após a apreensão do celular, os investigadores descobriram que o adolescente publicou sobre o crime nas redes sociais. Em coletiva, o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que todos aqueles que curtiram ou comentaram a publicação serão investigados. “Sendo alguém com menos de 18 anos de idade, os responsáveis serão chamados”, disse.
Ataque
O ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, ocorreu por volta das 7h30 de 2ª feira (27.mar). Na hora, o adolescente, de apenas 13 anos, entrou na instituição armado com uma faca. A primeira vítima foi a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que foi atacada pelas costas e não teve chance de defesa. Ela não resistiu.
Posteriormente, o agressor atacou dois alunos, um que tentou defender a professora Elisabeth, e outras três docentes. Uma professora de Educação Física, conhecida por Cíntia, conseguiu imobilizar o jovem com um mata-leão e interromper o ataque. Pouco tempo depois, a polícia chegou ao local e apreendeu o adolescente.
Luto oficial
O governo de São Paulo decretou luto oficial de três dias pela morte da professora Elisabeth Tenreiro. Após ser ferida, Elisabeth chegou a ser levada ao Hospital Universitário da USP (HUSP), pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar, mas não sobreviveu.
“Muito pesar e tristeza com a notícia da morte da professora Elisabeth, que não resistiu aos ferimentos causados pelo horror do ataque desta manhã. Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo o Executivo estadual, a mulher de 71 anos era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Estado da Saúde, “contribuindo ativamente com a instituição ao longo de quatro décadas de trabalho na área de planejamento e desenvolvimento de atividades”.
“Desde 2013, atuava como professora e na Escola Estadual Thomazia Montoro, dava aulas de ciências desde o início deste ano”, conclui o comunicado.