Diego Armando Maradona sofreu um infarto enquanto dormia, segundo resultado preliminar da autópsia revelado pelo jornal argentino “La Nación” nesta quinta-feira (26).
Segundo a publicação, o ídolo argentino morreu por uma “insuficiência cardíaca aguda, congestiva e crônica”, o que gerou um acúmulo anormal de líquido no pulmão.
O jornal diz que a conclusão do laudo foi confirmada por cerca de cinco especialistas entre “médicos peritos oficiais e um perito da família”. A autópsia foi realizada no hospital de San Fernando.
Exames toxicológicos devem revelar em uma semana se houve a ingestão de remédios, drogas ilícitas ou álcool, segundo o “La Nación”.
Demora da ambulância
O advogado de Maradona, Matías Morla, divulgou uma nota nesta quinta em que afirma que a ambulância demorou para chegar. Ele disse que vai pedir que seja aberta uma investigação.
“A ambulância demorou mais de meia hora a chegar, o que foi uma idiotice criminosa. Este fato não deve ser esquecido e peço que as consequências sejam apuradas até ao fim”, disse o advogado de Maradona
Ele também disse ser “inexplicável que, por 12 horas, meu amigo não tenha recebido atenção ou controle da equipe dedicada para estes fins”.
Os últimos minutos
O “La Nación” diz que peritos determinaram a morte de Maradona às 12h de quarta-feira (25), horário que coincide com a chegada da ambulância e da polícia.
Segundo testemunhas, a última pessoa que viu Maradona com vida foi seu sobrinho, às 23h de terça-feira (24). Estavam na casa, além do ex-jogador e seu sobrinho, uma assistente, uma enfermeira, uma cozinheira e um segurança.
Às 11h30 de quarta, o psicólogo e a psiquiatra pessoal de Maradona chegaram à casa. Eles chamaram por Maradona, que parecia estar dormindo e não respondeu. Eles então chamaram o sobrinho e a assistente, que tentaram acordá-lo.
Ao não detectar sinais vitais no ex-jogador, eles chamaram a enfermeira e a psiquiatra, que fizeram manobras cardiorrespiratórias para tentar ressuscitá-lo. Foi então que a ambulância foi chamada.
O grupo ligou para diversas empresas que fazem o serviço e, neste intervalo, pediu para a guarda do condomínio chamar um medico. Um cirurgião vizinho do bairro foi ao local e continuou com as manobras de reanimação.
Quando o serviço de emergência chegou, Maradona recebeu doses de adrenalina e atropina – que previne arritmia cardíaca –, e a equipe continuou com as manobras até sua morte ser confirmada.
Cirurgia no cérebro
Maradona morreu aos 60 anos em sua casa na região do Tigre, nos arredores de Buenos Aires.
No início do mês, o ex-jogador de futebol havia passado por uma cirurgia no cérebro, e recebeu alta oito dias depois, após drenar uma pequena hemorragia cerebral.
Na ocasião, o médico Leopoldo Luque afirmou na ocasião que a cirurgia era considerada simples, mas havia preocupação pela condição de saúde do ex-jogador.