O funcionário público Alexandre Costa Alves Tremura, 33 anos, morreu na madrugada de ontem vítima de parada cardíaca. Ele estava internado fazia quatro dias em coma na UTI da Santa Casa de Rio Preto com pneumonia e insuficiência respiratória. A automedicação, feita com antibióticos por quase um mês ininterrupto, foi determinante para a morte, segundo seus familiares e o infectologista Jean Gornchteyn, do Hospital Emílio Ribas de São Paulo.
Denise Tremura, 35 anos, irmã de Alexandre, disse que ele começou a se tratar sozinho de uma suposta pneumonia em abril, quando passou a sentir febre e dificuldade respiratória. Na época, ele procurou uma farmácia no Centro de Rio Preto e informou os sintomas ao farmacêutico, que lhe aplicou uma injeção com antibióticos, segundo Denise.
“Ele ficou bom por quase um mês, mas no começo de maio voltou a ter febre alta todos os dias. Ele retornou à farmácia e recebeu a prescrição de outros antibióticos. Como não melhorava, no começo de junho procurou o médico e começou a se tratar.”
Como não teve melhora, a médica que o atendeu encaminhou para internação na Santa Casa, o que deveria acontecer no penúltimo sábado, dia 9. “Mas ele não quis ir naquele dia. Esperou a segunda-feira para ir ao hospital. Na terça-feira, os médicos o transferiram para a UTI, onde ele foi entubado, respirando com ajuda de aparelhos. Na madrugada de ontem, sofreu uma parada cardíaca e morreu”, contou a irmã.
Denise afirmou que os médicos da Santa Casa já haviam alertado que o organismo de Alexandre havia criado uma resistência devido ao uso indiscriminado de antibióticos sem acompanhamento médico. Segundo a irmã, os médicos chegaram a colher material para exame de cultura com objetivo de saber qual era a bactéria responsável pela pneumonia para atacá-la com uma droga específica. “Mas, infelizmente, não deu tempo. Ele morreu antes do resultado”, afirmou.