De Brasília,
O debate entre os principais candidatos à Presidência da República, realizado ontem pela TV Globo, se transformou num processo de acusações contra o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que somente, no começo da noite desta quinta, enviou uma carta à emissora para anunciar que não iria comparecer. As acusações e críticas contra o presidente tiveram início com o candidato pelo PDT, Cristovam Buarque, com a sugestão para que Lula renunciasse, em caso de reeleição, que foi seguida pela afirmação da senadora Heloísa Helena, do PSOL, de que o PT se transformou “em uma organização criminosa comandada pelo presidente”. Geraldo Alckmin, do PSDB, disse que o mensalão foi “tramado no Palácio do Planalto, através da cúpula do PT” e citou nominalmente o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente petista, José Genoino. Alckmin também acusou Lula de ter sido “duro com o jardineiro honesto e fraco com os criminosos de colarinho branco”, fazendo referência ao caso do caseiro Francenildo, que teve o sigilo bancário violado pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Até mesmo o Bolsa-Família, principal programa do governo Lula, foi associado à corrupção e recebeu críticas dos candidatos que o consideraram como ineficiente para resolver o problema da pobreza no país. Enquanto o debate acontecia, Lula realizava o seu último comício de campanha, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, cidade em que o presidente se lançou na vida pública. Durante o discurso, Lula não mencionou a sua ausência no debate na TV Globo e voltou criticar a elite do país que, segundo ele, estaria promovendo uma campanha contrária à sua candidatura.
