Tudo é trágico nesta história. A começar pelo acidente.
No último dia 18 de janeiro, um carro desgovernado invadiu o calçadão da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, atropelando 17 pessoas e matando uma delas, um bebê de 8 meses. O motorista alegou ter sofrido um ataque epilético e a Polícia Civil ainda investiga o caso.
Só que a polícia acabou com um trabalho extra. Uma das vítimas era o australiano Daniel Marcos Philips, que foi gravemente ferido e até hoje está em coma. A polícia alertou a embaixada da Austrália sobre o caso e… Aí começou a confusão. Philips aparentemente não existia. Não com esse nome, pelo menos, informa o G1.
As autoridades australianas chegaram à conclusão de que o passaporte era falso e a Polícia Federal da Austrália acabou entrando no caso para descobrir a verdadeira identidade do acidentado. Sua impressão digital no documento falso acabou facilitando a vida dos policiais.
Philips era, na verdade, Christopher John Gott, de 63 anos, foragido há 20 anos por pedofilia. Nascido em Melbourne, Gott trabalhou como professor do ensino médio em Darwin até 1994, quando foi preso. Nas costas, tinha 17 denúncias diferentes de abuso sexual de crianças, incluindo o estupro de uma criança menor de 14 anos e o abuso de um adolescente de 16.
Gott foi condenado a seis anos de prisão na Austrália e fugiu dois anos depois, depois de concedida a liberdade condicional. No Brasil, ele vivia há 20 anos dando aulas particulares de inglês e, segundo o jornal The Australian, teria inclusive trabalhado em uma escola internacional. Um funcionário do hospital Miguel Couto que não quis se identificar disse ao G1 que é muito difícil que Gott saia do coma.