O Atlético de Madrid foi preciso e contou com dia inspiradíssimo de Griezmann para derrotar o Olympique de Marselha, nesta quarta-feira, e conquistar a Liga Europa pela terceira vez.
Em Lyon, na França, foi o time espanhol que pareceu se sentir em casa, comandado justamente pelo atacante francês, que marcou os dois primeiros gols do triunfo por 3 a 0.
Foi mais um título para premiar o estilo implantado por Diego Simeone. O argentino, suspenso, não esteve no banco de reservas desta vez, mas não fez falta. Seus ensinamentos já são mais do que conhecidos pela equipe que mais uma vez apostou em uma defesa fechada, na marcação forte e no talento de seus homens de frente.
Principalmente no talento de Griezmann. Com os rumores cada vez mais fortes de uma suposta transação para o Barcelona na próxima temporada, o jogador não poderia se despedir de melhor forma do clube em que ganhou destaque e se tornou um dos principais atacantes do futebol mundial. Foram duas as oportunidades que chegaram a seus pés, e ambas acabaram no fundo da rede.
Foi sob seu comando que o Atlético superou o início melhor do Olympique e conquistou o tri da Liga Europa, repetindo os feitos de 2009/2010 e 2011/2012. Mais uma prova do sucesso recente do clube, que chegou a cinco decisões continentais nos últimos nove anos – foi vice da Liga dos Campeões em 2013/2014 e 2015/2016.
Pior para o Olympique, que perdeu a chance de conquistar seu segundo título continental, o primeiro desde a Liga dos Campeões de 1992/1993. O time do brasileiro Luiz Gustavo ainda amargou o terceiro vice da Liga Europa, repetindo as campanhas de 1998/1999 e 2003/2004.
Mas quem acompanhou apenas o início da partida desta quarta ficou com a impressão de que dificilmente o título sairia da França. Empurrado pela torcida em Lyon, o Olympique sufocou o Atlético nos primeiros minutos e perdeu chance incrível logo aos três minutos, quando Payet recebeu com espaço e deu ótimo passe para Germain, que saiu de frente para o gol e jogou por cima. Aos cinco, Rami aproveitou sobra na entrada da área e bateu com perigo.
O time francês tentava encontrar espaços na forte defesa adversária, sempre cuidadoso, sabedor da precisão do Atlético no contra-ataque. Mas bastou um erro do Olympique na saída para que o adversário largasse na frente. Aos 20 minutos, Mandanda tocou forte e Anguissa errou o domínio. A sobra ficou com Gabi, que rapidamente acionou Griezmann para tirar do goleiro e marcar.
Em vantagem, o Atlético tratou de trazer o jogo para o estilo que o agrada, diminuindo o ritmo e tirando cada vez mais o espaço do adversário. E a situação do Olympique ficou ainda pior aos 31 minutos, quando seu capitão e principal jogador, o meia Payet, deixou o gramado contundido.
Na volta do segundo tempo, o Atlético surpreendeu com uma postura ofensiva, sufocante, e foi premiado novamente. Logo aos três minutos, Griezmann recebeu ótimo passe de Koke, aproveitou o cochilo de Amavi e finalizou com um belo toque sobre o goleiro para ampliar.
Godín quase fez o terceiro na sequência, de cabeça, mas o Atlético já havia conseguido o que queria. A vantagem deixou o time em situação ainda mais confortável. Postados na defesa, os espanhóis passaram a bloquear cada ação do Olympique, que se frustrou e pouco incomodou o gol de Oblak.
Tudo poderia mudar aos 35 minutos, quando Mitroglou aproveitou um raro cochilo da defesa adversário e cabeceou na trave. Mas o Atlético não voltaria a vacilar. O estilo aguerrido, raçudo implementado por Simeone alcançara o sucesso mais uma vez, e o título era do clube espanhol, que ainda selaria o placar aos 43. Gabi, em uma rara aparição na área, finalizou cruzado e deu início à festa espanhola.