quinta, 5 de dezembro de 2024
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Atirador que tentou matar dois na ‘Guerra do Tráfico’ em Votuporanga é condenado

O Tribunal do Júri de Votuporanga condenou um homem a 18 anos de prisão por dupla tentativa de homicídio. O crime, que teria sido motivado por vingança, já que as…

O Tribunal do Júri de Votuporanga condenou um homem a 18 anos de prisão por dupla tentativa de homicídio. O crime, que teria sido motivado por vingança, já que as vítimas estariam supostamente envolvidas em uma outra tentativa de assassinato durante a chamada “Guerra do Tráfico”, ocorreu em setembro de 2020, mas só teve um desfecho agora, com a decisão judicial. 

O acusado do crime é Lucas Junio Borges Henrique, vulgo “Lk”, que sentou no banco dos réus após ser denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa das vítimas), contra Douglas Everton de Carvalho e Vinicius Farina Gomes. 

De acordo com a denúncia, “LK” e um comparsa, identificado como Valdinei Alves de Oliveira, vulgo “Face”, por acreditarem que as vítimas estariam envolvidas em uma tentativa de homicídio ocorrida no dia 04/09/2020, passaram a ameaçar Douglas, exibindo a ele arma de fogo, bem como teriam disparado um tiro contra ele, não o atingindo. A partir de então, passou-se a veicular comentários de que as vítimas estariam “decretadas para morrer”. 

No dia 15 de setembro daquele mesmo ano, então, ainda conforme a denúncia, “LK” e “Face”, objetivando executar a promessa de morte, dirigiram-se até a rua Rio Colorado, na Cohab Jardim Brisa Suave, zona Norte de Votuporanga, onde ao avistarem as vítimas, teriam efetuado vários disparos de armas de fogo contra eles. Douglas e Vinicius, mesmo baleados, saíram correndo e conseguiram fugir. 

Ambos foram resgatados às pressas e levados para a Santa Casa de Votuporanga, onde apesar de bastante feridos, foram salvos pela equipe médica. Já os dois atiradores fugiram naquele momento. LK foi preso posteriormente, após o trabalho de investigação da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Votuporanga e “Face” foi assassinado dias depois do crime com um tiro na cabeça, ainda em meio à “Guerra do Tráfico”. 

Durante o julgamento, o Ministério Público, representado pelo promotor Jean Carlos Ferres da Silva manteve o pedido de condenação, nos mesmos termos da denúncia, enquanto a defesa de Lucas, comandada pela advogada Cláudia Cristina Diez de Andrade, sustentou, em plenário, a negativa de autoria, a insuficiência de provas e pediu o afastamento das qualificadoras.

Não houve réplica e nem tréplica de forma que, logo após os debates iniciais, o corpo de jurados se reuniu para votar sobre o caso e declarou Lucas Junio Borges Henrique culpado da dupla tentativa de homicídio com as duas qualificadoras. 

Após a decisão soberana dos jurados, a juíza presidente do Tribunal do Júri de Votuporanga, Gislaine de Brito Faleiros Vendramini passou a dosar a pena do acusado, que foi fixada em 18 anos e oito meses de prisão. O nome dos jurados envolvidos no julgamento será preservado em razão da violência ligada à chamada “Guerra do Tráfico”. 

Defesa  

Procurada pelo A Cidade, a advogada Lucas, Cláudia Andrade, sócia do escritório de advocacia Andrade Neto Sociedade de Advogados, afirmou que irá recorrer da sentença. Segundo ela, o julgamento foi em total desacordo com as provas trazidas aos autos, pois as vítimas não confirmaram que o acusado teria atirado e que não há nos autos nenhuma prova capaz de ensejar a condenação.

 “A defesa irá recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo, pleiteando a nulidade do julgamento. Existe a possibilidade do Tribunal de Justiça reconhecer a nulidade e determinar que o acusado tenha novo julgamento, pois a decisão dos jurados foi contrária às provas dos autos”, disse a advogada.

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