Em entrevista concedida hoje (29), às 15h, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, informou os dados parciais coletados juntos às corregedorias regionais nos estados. Até o momento, houve 243 prisões em todo país, sendo que 86 foram por boca-de-urna, 39 por transporte ilegal de eleitores, 12 por divulgação de propaganda, 5 por compra de votos, 5 pelo uso de alto-falante, amplificadores de som ou realização de comícios e carreatas e 96 prisões por outros motivos. Os números foram atualizados às 15h30 deste domingo.
Segundo a Corregedoria Eleitoral, os maiores números de prisões ocorreram nos estados do Paraná (45), Espírito Santo (38), Paraíba (32), Rio Grande do Sul (22) e Rio Grande do Norte (20).
Quanto ao percentual de urnas substituídas, o corregedor-geral Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, observa que é um número pequeno e considera que “as eleições transcorrem na mais absoluta normalidade, como, aliás, já era esperado”.
O ministro Cesar Asfor Rocha lembrou que esteve nos estados onde há segundo turno para governador, e em outras unidades da federação em que ocorreram defeitos nas urnas eletrônicas e informou que “não ouviu nenhuma queixa que pudesse pôr em dúvida a lisura da votação na urnas”.
Investigação judicial
Durante a entrevista coletiva, o corregedor foi questionado quanto ao andamento da Representação (RP) 1176, aberta para investigar a eventual responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e outras pessoas, na suposta compra de material contra políticos do PSDB (caso dossiê).
O ministro Cesar Asfor Rocha, relator da representação, informou que, atualmente, o processo encontra-se em fase de recebimento de peças do inquérito da Polícia Federal e, posteriormente, passará à oitiva de testemunhas que foram indicadas pelas partes. O ministro esclareceu que o andamento da Representação 1176, no âmbito da Justiça Eleitoral, não está condicionado ao desenrolar do processo na Polícia Federal, que também investiga a suposta compra do dossiê.
O corregedor ressaltou que, independentemente do resultado das eleições, o processo de investigação judicial continuará sendo instruído e conduzido, tendo por base o princípio da legalidade. Segundo o ministro, “o magistrado não pode se influenciar pelos resultados positivos ou negativos [na eleição] dos envolvidos no processo”.