domingo, 22 de dezembro de 2024
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Assentados e quilombolas receberão vacina contra febre amarela

Nesta terça-feira (29), o Governo Paulista adotou mais uma medida para atuar na prevenção contra febre amarela em assentamentos e comunidades quilombolas. As secretarias da Saúde e da Justiça e…

Nesta terça-feira (29), o Governo Paulista adotou mais uma medida para atuar na prevenção contra febre amarela em assentamentos e comunidades quilombolas.

As secretarias da Saúde e da Justiça e Cidadania, por meio da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), firmaram um termo de cooperação técnica na área.

Vale destacar que o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) Estadual avaliará a situação nos locais, desenvolverá materiais didáticos sobre a doença e formas de prevenção, além de manter o diálogo com as lideranças regionais. O objetivo é explicar aos cidadãos as medidas a serem realizadas, os objetivos e os resultados esperados.

“Estaremos juntos em mais uma importante estratégia de combate à enfermidade. O cenário requer medidas contínuas e integradas, pois parte da população exposta ao risco ainda não foi imunizada”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

“Temos trabalhado no monitoramento epidemiológico e, em especial, na criação de ações efetivas para ampliar a vacinação e a proteção da população paulista”, acrescenta o secretário. Pelo acordo, o Itesp contribuirá na criação de uma interface entre as comunidades e a Secretaria da Saúde, bem como na organização dos encontros de planejamento e de avaliação dos resultados.

Comunidades

É importante frisar que o Governo do Estado reconheceu 36 comunidades como remanescentes de quilombos, nas quais vivem 1.445 famílias, pelo trabalho do instituto. A fundação atende mais 7.133 famílias de agricultores.

“Essa parceria marca a integração das secretarias em benefício da saúde de todos os paulistas, onde quer que eles se encontrem”, salienta o secretário da Justiça e Cidadania, Paulo Dimas Mascaretti. O chefe da pasta ressalta a importância da ação para proteger os cidadãos, sobretudo por causa de registros de casos da doença no Vale do Ribeira, região que abrange 29 das comunidades quilombolas.

Os órgãos estaduais farão o planejamento com os municípios do Vale do Ribeira para definir as ações, que devem se concentrar nas comunidades quilombolas da região, que registram os 12 casos de febre amarela confirmados em São Paulo neste ano, dos quais seis evoluíram para óbitos.

As vítimas se infectaram nos municípios de Eldorado (9 casos, 4 mortes); Jacupiranga (1 morte); Iporanga (1 morte) e Cananeia (1 caso). O balanço do CVE é do dia 21 de janeiro.

Combate

Desde 2016, a Secretaria da Saúde intensificou as ações de enfrentamento da febre amarela no Estado, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação. Além do reforço nas estratégias em locais que estavam no mapa de imunização, as áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas antes mesmo da chegada do vírus.

Isso ocorreu na Região Metropolitana de Campinas e Rota dos Mananciais, ainda em 2017, bem como a realização da campanha no início de 2018, que abrangeu 54 municípios da Baixada Santista, Vale do Paraíba e Grande ABC.

Prevenção

Todos os paulistas devem se vacinar contra a febre amarela, caso ainda não estejam imunizados. Moradores de qualquer região precisam se prevenir, principalmente quem reside ou visita áreas rurais, de mata e ribeirinhas, onde há vegetação densa. A vacina está disponível na rotina dos postos da rede pública de saúde e leva dez dias para garantir proteção efetiva.

“Para quem tomar vacina em período inferior a dez dias e tem viagens com esse perfil, recomendamos que evitem entrar em áreas verdes e usem repelente, roupas compridas e de cor clara, para reforçar a prevenção”, explica a diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato.

A dose é indicada para pessoas a partir dos nove meses de idade. Os interessados devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina para os pacientes portadores de HIV e transplantados.

Não há indicação de imunização para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses de idade e imunodeprimidos como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como, por exemplo, lúpus e artrite reumatoide.

Abrangência

Nos últimos dois anos, mais de 15 milhões de pessoas foram vacinadas contra a febre amarela no Estado. O número é duas vezes maior que a vacinação da década anterior, com 7 milhões de cidadãos imunizados entre 2006 e 2016.

Em todo o território paulista, a cobertura vacinal contra febre amarela é de 65%, em média, com variação entre as regiões. Na Baixada Santista, o percentual é similar. No Vale do Ribeira, a cobertura é de 66%. No Vale do Paraíba e Litoral Norte, de 85%. Todas essas regiões têm ações de imunização em curso desde o início de 2018.

“Fazemos o acompanhamento desde o surgimento do primeiro caso. Precisamos atender as pessoas que vivem em regiões onde a doença é uma ameaça”, enfatiza o infectologista Marcos Boulos.

De acordo com balanço divulgado pelo CVE, em 2018, houve 502 casos de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 175 deles evoluíram para óbitos. Em 2017, foram 74 casos e 38 mortes. Vale lembrar que não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.

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