Todos os anos se repetem a mesma coisa com relação ás enchentes e quedas de encostas de morros. As mortes aumentam e as soluções são sempre debatidas de forma exaustiva, mas sem soluções reais. Dos políticos são cobradas atitudes que possam trazer projetos em longo prazo para pelo menos, diminuir o número de mortes. Porém o brasileiro sofre de uma patologia crônica e incurável de criticar demais e agir “demenos”. A verdade é que a culpa são sempre dos políticos e esquecemos que os políticos saíram do povo e reflete diretamente o pensamento dele.
São os representantes do povo em todas as esferas de governo que direta ou indiretamente determinam as tendências, padrões e até os comportamentos tem a ver com as decisões dos políticos. Mas o que quero tratar é de outro tipo de morte.
As alterações do comportamento coletivo só passam a fazer parte de uma cultura a partir das leis que decidem e regulam sobre todos nós. Quando assistimos as aberrações nos noticiários policiais ficamos estarrecidos coma escalada cada vez maior da inversão de valores das pessoas. As autoridades ás vezes tomam decisões firmes como é o caso de Fernandópolis do doutor Evandro Pelarin, e é duramente criticado. E o que determina isto? Porque cada vez mais os pais perdem o controle sobre seus filhos? E porque as cadeias estão cada vez mais lotadas.
Primeiro: falta Deus nas vidas das pessoas, segundo: a mídia determina novas tendências, e isto tem culminado nesta grande crise moral que a sociedade vive atualmente. É evidente porém, que a dinâmica da sociedade exige mudanças e muitas são válidas.
A propaganda, o marketing, os modelos estabelecidos nas novelas são colocados de maneira sutil e isto é um fortíssimo componente na construção de conceitos. Os costumes são absorvidos com facilidade em todas as camadas da população, e com mais veemência pelos jovens, através de mensagens que fala uma coisa e quer dizer outra. Em décadas passadas, por exemplo, todos os mocinhos dos filmes sempre apareciam fumando dando um charme especial e querendo demonstrar força e poder. Até médicos e crianças apareciam em comerciais de cigarro.
As peças publicitárias de todas as marcas de cerveja, por exemplo, vendem de fato um costume e força. Estas propagandas querem dizer que se você não beber você é fraco e excluído e vale mais uma roda de cerveja do que a vida, como é o caso da propaganda da Skol e o navio afundando. Penso que quando compramos um determinado produto devemos adquirir pelas qualidades dele, e não pelos seus significados implícitos.
Parabenizo, o deputado Nilson Mourão (PT-AC), autor de um projeto de lei que proíbe a publicidade comercial de bebidas alcoólicas, nos veículos de comunicação concessionários e permissionários do serviço público, assim como aconteceu com o cigarro há alguns anos atrás.
Segundo ele, “o uso de estratégias de marketing combinadas com a psicologia vem servindo não apenas para vender determinados produtos, mas para criar um padrão de comportamento nos jovens, que identifica o produto a um estilo de vida idealizado”.
Na prática a bebida alcoólica é uma droga como todas as demais, vicia, mata e ainda é tratada com reverência. Hoje fumar é feio, e foi com a aprovação de uma lei, que determinou a proibição da propaganda do tabaco, que muitas pessoas foram salvas.
Sei que o assunto é polêmico e não há como se chegar a consensos com tranqüilidade, mas o que alegra é saber que existem políticos e instituições que estão enxergando isto.
Somos todos frutos das tendências e das leis e precisamos enxergar e saber cobrar que quem nos governa.
Sucesso.