Um ourives de 31 anos escapou por pouco da morte anteontem, no Parque Industrial, em Rio Preto. Numa ação extremamente violenta, ladrões invadiram a casa da vítima em busca de ouro e joias. Agrediram a vítima com puxões de cabelo e chutes e apertaram o gatilho quatro vezes. Três tiros efetuados contra a cabeça do ourives falharam. O quarto acertou o braço e a bala ficou alojada no tórax. Ele passou por cirurgia na Santa Casa para retirada da bala e passa bem. Foi o sexto caso de assalto a ourives registrado em Rio Preto nos últimos dois anos.
A ação dos bandidos, registrada por câmeras de segurança da casa, teve início quando a mulher do ourives, G.L., 31 anos, parou o carro em frente à casa depois de buscar os dois filhos e três sobrinhos na escola. No carro ainda estava uma prima dela. Assim que o portão da garagem foi aberto pelo marido de dentro de casa e todos desceram do veículo, dois homens armados que estavam em um Fusca verde anunciaram o assalto e renderam as sete pessoas. Todos, inclusive as crianças, foram empurrados para dentro pelos ladrões, um deles com o revólver em punho. “Eles me pegaram pelo pescoço, apontaram a arma para a minha nuca e nos mandaram ficar com a cabeça baixa. Foi terrível. Eu não conseguia nem me mexer de tanto medo”, afirma a mulher, que trabalha com o marido.
Um dos criminosos ficou com a mulher e as crianças enquanto o outro rendeu o ourives. “Eles só perguntavam pelo ouro, mas não tinha ouro, só algumas pulseiras pequenas. Eles queriam barras e joias valiosas”, afirma. Como não achou o que queria, um dos ladrões pegou R$ 1,5 mil da carteira da vítima e agrediu o ourives com chutes. As imagens mostram o ladrão mexendo no gatilho com a arma à queima rouba na cabeça da vítima. Segundo a mulher, o ladrão apertou três vezes, mas o tiro não disparou.
Ao perceber a falha do revólver, o ourives lançou mão de um banco e partiu para cima dos criminosos. Nessa hora, o assaltante disparou pela quarta vez atingindo o braço direito da vítima. Com medo que os criminosos retornassem, a família se trancou na casa. A residência do casal possui quatro câmeras de segurança na parte externa, portão eletrônico e ainda conta com um cachorro de grande porte. “Nada inibe os bandidos. Acho que eles já sabiam que trabalhamos com ouro, pois em nenhum momento pediram eletrônicos, dinheiro, nada, só queriam ouro.”
O delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto, Alceu Lima de Oliveira Júnior, diz que já tem informações sobre um dos assaltantes mas, por enquanto, não pode passar detalhes para não atrapalhar as investigações. Já o delegado do 2º distrito policial, José Luiz Chain, disse que ainda não tem pista.
“Vamos analisar as imagens das câmeras de segurança e confrontar com o nosso banco de dados para ver se os ladrões já são conhecidos do meio policial. Também vamos ouvir as testemunhas e pegar as características dos assaltantes”, explica.
O delegado acredita que a ação dos bandidos demonstra que eles já sabiam da atividade da vítima e isso chamou a atenção para o roubo. “Ter a oficina (de ourives) dentro de casa é um risco, acredito que a primeira atitude que a vítima deve tomar é mudar o local do seu escritório, pois assim a família não corre tanto risco”, diz Chain. O veículo usado pelos ladrões foi encontrado horas depois abandonado em uma rua próxima ao bairro. O carro havia sido furtado de uma funilaria na noite anterior ao crime.