Araçatuba registrou dois casos de leishmaniose visceral em humanos este ano. Os pacientes são um bebê do sexo masculino de um ano de idade e uma mulher de 24 anos, que foi presa na Santa Casa local suspeita de participar de um sequestro, em Ponta Porã (MS), e pedir R$ 5 milhões pelo resgate da vítima.
Os pacientes estão em tratamento e são acompanhados pelos serviços de saúde. Em todo o ano de 2021 fora confirmados cinco casos de leishmaniose em humanos.
A doença é considerada uma das mais graves do mundo – o Brasil é responsável por 95% dos casos nas Américas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Equipes da Secretaria Municipal de Saúde fez o bloqueio nos bairros San Rafael e Jardim TV, onde os dois casos foram registrados este ano. O trabalho consiste em identificar e eliminar os fatores de risco em um raio de 250 metros da residência do contaminado.
Agentes de endemias coletam sangue dos animais nas regiões onde os casos foram registrados, para a realização de exames laboratoriais, com o objetivo de verificar se algum animal do bairro contraiu a doença.
A coordenadora da UVZ (Unidade de Vigilância em Zoonoses) da Secretaria Municipal de Saúde, Talita Carolina Bragança de Oliveira, os animais podem ser tratados, mas o tratamento deve ser feito durante toda a vida dos pets.
Para evitar a contaminação dos animais de casa com a leishmaniose deve-se manter o quintal livre de material orgânico, como folhas, fezes, frutos, vasos com cascas de legumes e frutas (compostagem malfeita), que são os ambientes propícios para o mosquito-palha, transmissor da doença.
O cachorro é o principal reservatório do protozoário Leishmania chagasi, mas o cão não transmite a doença diretamente aos humanos. É o mosquito vetor que pode picar o animal infectado e, em seguida, as pessoas, dando início ao ciclo de transmissão.
Outra dica é manter os cães com coleiras repelentes, ensina a coordenadora da UVZ e realizar o exame nos animais. O CCZ realiza gratuitamente a coleta de sangue para exame de leishmaiose, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h.
Sintomas
O tempo para o início dos sintomas é de seis meses a dois anos, após a infecção, o que dificulta o diagnóstico. Nos humanos, os sintomas da doença são febre intermitente; aumento de baço e fígado; sangramento de mucosas; perda de peso; fraqueza e anemia.
Nos animais, são feridas pelo corpo, principalmente ao redor de olhos, ponta de orelhas e focinho; crescimento das unhas; perda de peso; descamação pelo corpo; febre; sangramento de mucosas; e aumento de baço e fígado.