Jovens de todo o Estado enxergam no Ensino Técnico e na Graduação Tecnológica uma porta para inserção no mercado de trabalho ou para o aperfeiçoamento profissional. É o que aponta o Relatório Socioeconômico elaborado pela Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), responsável pelos processos seletivos das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais.
Segundo o levantamento, 48,67% dos aprovados no Vestibulinho das Etecs para o primeiro semestre de 2022 avaliam que os cursos vão melhorar o desempenho ou facilitar a ascensão no ambiente profissional. No Vestibular das Fatecs a proporção é de 44,8%.
Camila Alcantara está entre essas pessoas. A adolescente de 15 anos acaba de entrar no Ensino Médio com Habilitação Técnica em Administração (Novotec Integrado – M-Tec), na Etec José Martimiano da Silva, de Ribeirão Preto. “Quando você já tem um curso técnico e o Ensino Médio completo aos 18 anos, é mais fácil o mercado de trabalho abrir uma porta para você. Além disso, as Etecs têm ótimos professores e profissionais que te ensinam e te auxiliam durante toda sua trajetória.”
“O Ensino Técnico público, oferecido pelas Etecs há décadas, tem atendido jovens, que pensam numa futura inserção no mundo do trabalho, e trabalhadores que pretendem incrementar sua carreira profissional”, ressalta o coordenador da Unidade do Ensino Médio e Técnico (Cetec) do Centro Paula Souza (CPS), Almério Melquíades de Araújo.
Aprovado no curso superior de tecnologia de Segurança da Informação na Fatec São Caetano do Sul, na Região do ABC, Pedro Righeti tem pensamento parecido em relação ao seu futuro. “Eu espero que a grade do curso e as experiências dentro da faculdade me preparem para essa área que gosto desde pequeno, que é Tecnologia da Informação.”
O diretor do Departamento Acadêmico Pedagógico da Unidade do Ensino Superior de Graduação (Cesu) do CPS, André Braun Galvão, explica que os currículos dos cursos da formação profissional e tecnológica são criados a partir de demandas do mundo do trabalho. “Por isso, as Fatecs formam tecnólogos capazes de pesquisar, analisar e aplicar o conhecimento tecnológico especializado, na solução de problemas complexos com o uso ou a criação de novas tecnologias”, afirma Galvão.
Escolaridade pública
O Relatório Socioeconômico também mostra que jovens oriundos da rede pública de educação se consolidaram como maioria entre os aprovados nas Etecs e Fatecs. No Vestibulinho, eles são 84,71% – cinco anos atrás, a proporção era de 79,40%. No Vestibular das Fatecs, a porcentagem é ainda maior: 89,96% – eram 78,23% em 2017.
Outra característica que parece consolidada nas Etecs é que as meninas são a maior parte dos aprovados (59,8%). Nas Fatecs, a maior parte (52,71%) é do sexo masculino. A renda familiar da maioria, tanto no Vestibulinho (83,63%) quanto no Vestibular (88,1%), é de até cinco salários mínimos.