De janeiro a maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (SP) de São José do Rio Preto (SP) apreendeu mais de seis toneladas e meia de entorpecentes na rodovia BR-153. O número é quase o dobro da quantidade de drogas que foram encontradas no mesmo período do ano passado.
De acordo com o policial rodoviário federal Flávio Catarucci, os carregamentos cada vez mais pesados e o aperfeiçoamento das abordagens interferiram no resultado.
“A polícia realiza mapeamento das rotas de tráfico ao longo de todo território nacional, cruzando informações de modo que possamos constatar as rotas principais por onde a droga está passando para canalizar o policiamento e combater esse tipo de crime”, diz Flávio.
A BR-153 é uma das rodovias mais importantes do Brasil, sendo responsável por ligar o Norte ao Sul. Ela é usada como um canal estratégico para o escoamento agrícola, mas também é rota internacional para o tráfico de drogas.
Na região de Rio Preto, uma das maiores apreensões dos últimos anos foi há quinze dias. Um caminhão que saiu de Campo Grande com destino a São Paulo foi abordado. Um dos policiais desconfiou do cheiro que vinha da carroceria e encontrou de seis toneladas de maconha. O motorista foi preso e já tinha uma passagem por tráfico.
“A BR-153 é a principal rota de escoamento da droga que vem do Paraguai e vai para os grandes centros consumidores. A droga vai para Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia”, explica Flávio Catarucci.
As drogas podem ser transportadas em carros e caminhões. É comum os entorpecentes serem escondidos no meio de cargas de produtos ou nas latarias dos veículos. Muitas quadrilhas também usam batedouros, veículos que fazem a escolta do carregamento.
As rodovias estaduais da região de Rio Preto também são usadas por quadrilhas como rotas para o tráfico, especialmente a Washington Luís. Nos cinco primeiros meses de 2021, o volume de apreensões bateu recorde, com quase 12 toneladas de drogas. Porém, a quantidade entorpecentes encontrados em 2022 diminuiu drasticamente.
“Muitas vezes o tráfico de drogas migra de região para outra, conforme os traficantes observam que o carregamento está sendo apreendido. Isso não quer dizer que o policiamento esteja ineficiente”, afirma o capitão da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Rio Preto, Maurício Cavalari.
Para aperfeiçoar as estratégias de combate ao crime, a polícia conta uma rede de apoio para cruzar dados e informações sobre as rotas usadas pelo tráfico de drogas.
“É um trabalho que engloba o máximo possível de órgãos de segurança, justamente para se obter o máximo de informações possível e facilitar a apreensão”, diz Maurício Cavalari.