segunda, 25 de novembro de 2024
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Apps de relacionamento são usados por criminosos para aplicar golpes

Joseph Breder, de 32 anos de idade, conheceu um outro rapaz por um aplicativo de relacionamento e marcou um encontro com ele na cidade onde mora, Lajinha, no interior de…

Joseph Breder, de 32 anos de idade, conheceu um outro rapaz por um aplicativo de relacionamento e marcou um encontro com ele na cidade onde mora, Lajinha, no interior de Minas Gerais. Eles mantiveram a comunicação entre eles.

No terceiro encontro, o homem levou um amigo e propôs que fossem ver o mirante, que fica mais afastado do centro do município. Assim que entraram no carro, os dois homens esfaquearam Joseph e anunciaram o sequestro. Ao perceberem que a vítima não iria pagar para ser libertada, os bandidos o abandonaram em Viana, no Espírito Santo. Os ferimentos provocados pelas facadas foram superficiais, mas, ainda assim, Joseph foi socorrido para a unidade de pronto-atendimento da localidade. “No caminho, eles falaram que queriam me roubar mesmo, que estavam planejando isso. E eu nem ‘me liguei’. Eles falaram que estavam querendo trocar o carro por drogas, por armas, lá em Vitória. Eu fui tentando tirar alguma informação deles. Foi isso. Depois, eu fiquei uns três a quatro meses muito apavorado, com medo de tudo. Com o tempo é que eu fui perdendo esse medo e voltando à vida normal”, conta. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informa que, neste ano de 2022, a unidade anti-sequestro do DOPE esclareceu 94 ocorrências do tipo e prendeu 251 criminosos e apreendeu menores infratores.

Quando há um encontro marcado pela internet, o advogado criminalista Adib Abdouni, diz que as extorsões visam quantias menores. No caso de Joseph, por exemplo, o carro dele, que vale R$ 52 mil, além dos gastos no cartão de crédito dele, cerca de R$ 1,5 mil. “O sequestrador tem informações dessa vítima, sabe a condição financeira, como vão ter o resultado do dinheiro sem ser surpreendido pela polícia. Por esses aplicativos, eles estão arranjando uma forma de arrecadar poucos valores.

A advogada especializada em direito digital Isabela Vilhalba explica que é preciso buscar informações sobre as pessoas com quem se marca encontros por aplicativos de relacionamentos. “É bom testar as abas um pouco antes de fazer qualquer encontro fora da plataforma. Se for fazer um encontro na vida real é pra sempre priorizar locais com público considerável, não marcar encontros em locais privados ou bairros afastados. Procure restaurantes, bares, shoppings centers, lugares onde há pessoas. E, principalmente nas primeiras interações, não só na primeira, tomar esse cuidado, porque não se sabe ainda qual a intenção da pessoa”, diz.

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