Momentos de tensão e desespero! Esses foram os sentimentos relatados por algumas vítimas durante o acidente de trânsito envolvendo um ônibus com moradores de Riolândia e uma motocicleta, ocorrido no dia 1 de dezembro, na rodovia Péricles Belini, próximo ao trevo de Parisi.
Uma semana após a tragédia que deixou cinco pessoas mortas e comoveu Votuporanga e região, a reportagem do jornal A Cidade conversou com a Jaledes Hugo Santos, de 41 anos, e o Ricardo Ribeiro de Brito, de 19 anos, vítimas e sobreviventes, que relataram os momentos durante e depois do acidente.
Jaledes disse que naquela noite o ônibus que transportava os trabalhadores do Frango Rico para Riolândia saiu do local normalmente, porém, poucos instantes depois, foi atingido pelo veículo. “Na hora que o ônibus pegou a moto, ele começou a cambalear na pista e eu só lembro da pancada. Ele caiu e depois disso eu não lembro de mais nada. Eu ‘dormi’ e quando acordei já tinha o resgate, já tinha gente do lado de fora.”
Logo depois, a moradora afirmou que foi socorrida pelo resgate e conduzida pela ambulância até a Unidade de Pronto Atendimento, a UPA de Votuporanga. Ela ainda contou que no momento do acidente, o sentimento de impotência se fazia presente no local.
“Na hora você se sente impotente, incapaz, porque você não pode ajudar ninguém, não pode socorrer ninguém, não pode fazer nada. São coisas que não tem nem explicação. Chega à noite, eu tenho muito pânico, muito medo, medo de ter que voltar a trabalhar e pegar o ônibus na pista à noite de novo, não tenho mais confiança para entrar no ônibus”, relatou.
Questionada sobre sua recuperação, ela contou que sente muitas dores nas costas e não há remédios que passe. “Estou com pontos 22 pontos no braço, 15 na nuca e estou até bem, graças a Deus. Tenho que dar graças por Ele ter me dado a oportunidade de viver de novo, estou me recuperando”.
O jovem Ricardo Ribeiro de Brito também é outra vítima deste grave acidente. Em conversa com o A Cidade, ele narrou que o sentimento no momento era de desespero dos passageiros o ônibus. “Foi tudo muito rápido. Eu estava sentado no primeiro banco, ao lado da mulher que faleceu. Sentimos uma pancada forte e logo o ônibus começou a perder o controle. Todos gritando muito, muito desespero, sabíamos que algo pior estava para acontecer ao ver que o motorista não conseguia controlar o ônibus”, frisou.
Apesar da gravidade da colisão, ele disse que teve pequenas escoriações nos braços, deu ponto, mas pequeno. “No momento do acidente, eu consegui proteger minha cabeça para não bater”, explicou.
Para a reportagem, Ricardo contou que está se recuperando a cada dia e retorna ao trabalho na segunda-feira. “Fica a lembrança a todo momento do que passei lá. Mas é algo que não fica me atrapalhando no dia a dia. Estou conseguindo dormir bem. Só as vezes que eu lembro, mas é algo rápido, pra eu não ficar com isso na cabeça o tempo todo”, finalizou.