Um homem condenado por estelionato fugiu da polícia momentos após ser preso na companhia de dois investigadores tomando cerveja em um conhecido restaurante de Franca. A fuga se deu no momento em que ele era levado para a cadeia, ocasião em que os policiais passaram na casa do condenado para que ele arrumasse a mala.
A incrível história, que aconteceu após sucessivas falhas de procedimento da polícia, foi registrada entre a noite desta terça-feira e a manhã desta quarta em Franca. O foragido, Marcelo Henrique Rodrigues, de 28 anos, é um velho conhecido da polícia local. Chamado de “Marcelinho”, ele é acusado de inúmeros golpes na cidade e contra ele pesam dois mandados de prisão. Marcelinho está condenado a um ano e meio de prisão por estelionato, mas o número de processos que tramitam contra ele na Justiça é grande.
Na noite desta terça-feira ele foi visto tomando cerveja no Peixinhos Bar, em área nobre de Franca, ao lado dos investigadores Régis e Amato, ambo da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). Por ser um lugar bastante movimentado, em pouco tempo um cliente acionou a Polícia Militar através do 190.
Policiais militares do agrupamento Força Tática foram então ao local e levaram o foragido até o plantão policial. Após ser lavrado o auto de prisão, o delegado Jairo Antônio dos Santos determinou que o preso fosse levado para a cadeia pública de Pedregulho, pois Marcelinho teria inimigos na cadeia de Franca e correria perigo se fosse levado para o local, já que seria informante da própria DIG.
O problema é que o delegado determinou a tarefa de transportar o preso justamente aos dois investigadores que tomavam cerveja com ele momentos antes. No caminho os policiais resolveram passar primeiro na casa do prisioneiro para que ele pegasse umas roupas e arrumasse a mala. Foi nesse momento em que Marcelinho teria fugido, não sendo localizado até o início da tarde desta quarta-feira.
A fuga e a forma como ocorreu abriu uma crise na Polícia Civil de Franca, que na semana passada viu um outro preso fugir em plena tarde pela porta da frente da cadeia pública do Jardim Guanabara. O delegado seccional, Maury de Camargo Segui, diz que sindicância já foi instaurada e que os policiais tiveram armas e distintivos recolhidos. Os investigadores vão prestar depoimento.
