Os últimos 22 dias não foram fáceis para Wagner Alves Machado, de 52 anos, que passou esse período na UTI da Santa Casa de Votuporanga. No entanto, na tarde de ontem, depois de longa batalha e ter mais de 90% do pulmão comprometido, ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva recuperado da doença.
“No Dia Internacional da Família, celebrado ontem, a Santa Casa presenciou uma linda e inesquecível cena. Wagner foi para o quarto, ele venceu o coronavírus e agora pode contar com a presença e o carinho de sua filha, Maria Eduarda Machado, que está de acompanhante dele no hospital”, anunciou a Santa Casa.
Laudicéia Alves Machado Prates, 39 anos, irmã do paciente, que é de Cosmorama, conversou com a reportagem do jornal A Cidade. De acordo com ela, o sentimento de toda a família no momento é de vitória. “Desde que ele saiu daqui, no Samu, o nosso coração ficou pequenininho. Foram 22 dias de muita luta e orações”, contou.
A irmã lembrou que foi um período complicadíssimo, muito por se tratar de algo novo e desconhecido. “O mais difícil é não poder ver, porque não é uma internação comum, em que você vai lá vê como está o paciente, então isso foi a pior parte”, revelou. Ela destacou que a família Machado é grande e bastante unidade. “Se alguém corta um dedo, a gente já quer ir lá fazer um curativo”, disse.
Os primeiros dias de internação foram bem difíceis, porque Wagner chegou a ter mais de 90% do pulmão comprometido, e Laudicéia era a pessoa que recebia as notícias e repassava para os demais familiares. Os dias em que ele passou entubado pareciam intermináveis para a família, já que os médicos tentavam tirar a sedação, mas não conseguiam.
Desde o início, a família sempre teve fé e logo começou uma corrente de orações entre familiares e amigos. “Nós somos uma família de evangélicos e começamos a ver que as orações estavam chegando lá, independentemente de religião, porque muitos amigos nossos participaram”, disse.
Laudicéia contou que ontem foi um dia de grande emoção para toda a família e toda a gratidão do momento era difícil de explicar em palavras. Ela fez questão de agradecer toda a equipe da Santa Casa, do porteiro até o mais alto escalão. “Nós não temos como expressar a gratidão pela equipe médica e por todos do hospital, que amor eles nos passaram, que carinho, o jeito da atendente que ligava pra mim, as palavras deles nos confortavam de tanto carinho”, acrescentou. Ela agradeceu também a todos que oraram e torceram pela recuperação do seu irmão. “Poder vê-lo hoje, depois de mais de 20 dias, parecia que ele estava nascendo, foi lindo demais”, comemorou.
Como não poderia ser diferente, quem está muito feliz com a recuperação de Wagner são os pais deles, o casal José e Olerina, ambos com 80 anos de idade, e lúcidos. Eles têm dez filhos, cinco homens e cinco mulheres. “Nossa família está radiante”, concluiu.