Após quase 48 horas, a rebelião na Casa de Custódia de Maringá, no interior paranaense, terminou no início da tarde desta quarta-feira (31), com a liberação dos últimos dois agentes penitenciários que foram mantidos reféns pelos detentos desde segunda-feira (29).
Diferentemente de outros motins registrados no Paraná neste ano, não houve mortes, mas três funcionários ficaram feridos –um deles teve várias perfurações no corpo e na cabeça provocadas por golpes de estoque (arma branca artesanal).
A liberação dos reféns –sete no total– ocorreu gradativamente. Na segunda mesmo, dois agentes foram liberados no final da tarde do início da noite.
De acordo a polícia, o preso Sidnei de Souza Leopoldino conduziu as negociações representando os presidiários. Ele seria um dos líderes no Paraná da facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).
Os detentos pediram modificação no tratamento dispensado a familiares de presos durante o horário de visitas. Segundo eles, agentes têm agido com truculência.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, que assumiu as negociações com os rebelados, disse que deve atender algumas das outras exigências administrativas apresentadas pelos presidiários, como a melhoria na qualidade de alimentos e assessoria jurídica.
O secretário afirmou que pretende isolar facções do crime organizado nos presídios. “Já temos um local e vamos isolar esse grupo em uma unidade de segurança máxima”, falou.
A Casa de Custódia de Maringá tem capacidade para 654 homens. Atualmente, 636 pessoas cumprem pena no local. Esta é a 24ª rebelião que ocorre no Paraná neste ano e a primeira após a posse de Francischini.
Em agosto, uma dessas rebeliões terminou com cinco presos mortos na penitenciária de Cascavel. O presídio foi parcialmente destruído e 800 detentos tiveram de ser transferidos.
GRANADA
Enquanto ocorriam as negociações no local, policiais militares de Maringá receberam informações sobre a presença de um artefato metálico encontrado próximo a uma sorveteria na área central da cidade. Numa análise preliminar, os policiais suspeitam que o objeto possa ser uma granada.
O Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações da PM, sediado em Curitiba, está se deslocando para a cidade. Parte da avenida foi isolada. A polícia ainda não sabe se há relação com a rebelião ocorrida na Casa de Custódia de Maringá.