Perseguição, seqüestro, tiroteio e morte. Não, essa não é apenas a descrição de uma cena de filme policial com direito a montagens computadorizadas, essa foi a realidade vivida por policiais, vítima e bandido na manhã do último domingo, no Gabriel Hernandes, em Catanduva.
O caso, que culminou com a morte de Fabio Júnior Gomes de Lima, 27 anos, vulgo ‘Biba”, foragido da Justiça por roubo, tentativa de homicídio e outros delitos, teve início quando a Polícia Militar recebeu denúncia anônima, informando que na Vila São Luiz havia um indivíduo, em uma motocicleta preta, exibindo uma arma de fogo.
No local, o elemento, ao avistar duas viaturas se aproximando, fugiu em disparada com a motocicleta pela Avenida São Domingos, atravessando por uma passarela de pedestre, sentido bairro Theodoro Rosa Filho, desaparecendo da visão policial.
Em patrulhamento, uma das viaturas dirigiu-se até o lixão, onde foi confirmado por um rapaz, que há poucos minutos, havia passado um elemento com uma motocicleta com as mesmas características daquela que a polícia procurava.
Foi observado por policiais um rastro de moto, que chamou a atenção por ser o único existente, levando-os até um sítio, onde haviam pessoas desesperadas.
Em vista dos acontecimentos, as viaturas deram início a uma perseguição que se estendeu por várias ruas da cidade.
“O suspeito entrou pelo lixão e foi para num sítio. Lá, ele trocou de roupa com o caseiro do local, tomou posse de um Gol branco e ainda o seqüestrou”, detalhou o delegado Emanuel Pires Barbosa.
Uma outra viatura, patrulhando pelas imediações da Usina Cerradinho, deparou-se com o veículo, tentou abordá-lo, mas o suspeito começou a atirar, com uma pistola 45, nos militares, houve confronto e a caseiro L. R. R., foi atingido no ombro direito.
A perseguição foi até o Gabriel Hernandes, passando pela Rodovia da Laranja, chegando na rua Otavio Adame com a rua Linhares, onde motorista tentou entrar sentido predinhos, quando o veículo, com o pneu furado, semi capotou, erguendo as duas rodas e voltando em seguida.
Verbalmente, a polícia tentou render o meliante, fazendo liberar o refém, porém sem êxito. O autor ameaçava a vítima com uma arma apontada para a cabeça.
Em um determinado momento, o indivíduo sentado no colo da vítima, no banco do motorista, apontou a arma para os policiais, onde para defesa pessoal e integridade da vítima, foram efetuados disparos atingindo três tiros em F, dois no tórax e um de raspão no punho.
Ambos foram socorridos, mas o meliante chegou sem vida no Hospital Padre Albino.
Momento crítico
Segundo o caseiro L. R. R., o momento mais crítico foi quando ele foi baleado no ombro direito. “Quando senti a bala, comentei com o criminoso que tinha levado um tiro, ele olhou e disse, não liga não, você vai morrer”, disse.
Há dois meses a vítima mora e trabalha com sua família, como caseiro, em um sítio nas imediações da Usina Cerradinho, que prefere não identificá-lo.
“Quando saímos daqui, ele foi no banco de trás, mas ao chegar no primeiro bloqueio da polícia ele passou para frente e sentou em meu colo, me usando de escudo, sentia que a qualquer momento o pior iria acontecer, eu só pensava em minha esposa e em meus dois filhos”, afirmou.
