Após um mês de paralisação, o Campeonato Brasileiro volta a ser disputado nesta quarta-feira, 18, ainda com as grandes partidas da Copa do Mundo da Rússia na memória do torcedor.
Há um certo sentimento de “ressaca” com o retorno tão imediato. Na Europa, por exemplo, o futebol continua de férias, com as equipes formando os seus elencos.
O calendário brasileiro é diferente. Há, no entanto, a expectativa de que a parada possa ter feito bem a alguns times, que antes alegavam cansaço e falta de entrosamento por não terem tempo para treinar. Os 20 times da Série A entrarão em campo com novidades na 13ª rodada, sejam elas dentro ou fora de campo. Em comum, todos de fôlego renovado.
Cinco times decidiram mudar de técnico. Abel Braga pediu demissão do Fluminense e Marcelo Oliveira entrou no seu lugar. No Botafogo, Alberto Valentim se despediu – foi para a Arábia Saudita – e deu lugar a Marcos Paquetá. O Atlético Paranaense demitiu Fernando Diniz e o Bahia tirou Enderson Moreira do América-MG, que se acertou com Ricardo Drubscky.
Dentro de campo, todos os times mudaram os seus elencos. O Santos foi o único que conseguiu não perder ninguém e ainda contratou o experiente Bryan Ruiz, que disputou a última Copa do Mundo pela Costa Rica. O time alvinegro foi quem menos mexeu no grupo.
Alguns jogadores que estavam se destacando antes do Mundial foram negociados. Casos, por exemplo, de Róger Guedes (Atlético Mineiro), Apodi (Chapecoense) e Arthur (Grêmio). O Corinthians perdeu três jogadores durante a Copa do Mundo: Balbuena, Sidcley e Maycon, todos com destino à Europa. “Difícil avaliar como estamos sem jogar. O que a gente percebe é que suprimos as saídas com atletas experientes”, disse o técnico Osmar Loss, minimizando a situação. Nenhum nome de peso chegou ao clube de Parque São Jorge.
Entretanto, alguns atletas mais conhecidos reforçaram os clubes do Brasileirão. Casos, por exemplo, de Hernán Barcos (Cruzeiro), Fernando Uribe (Flamengo), Marinho (Grêmio), Bruno Peres (São Paulo) e Maxi López (Vasco).
Mais mudanças
As alterações nos elencos não param por aí, pois a volta do Brasileirão não significa necessariamente a manutenção do elenco. Pelo contrário, é agora que o mercado da bola ficará mais agitado. Os principais países da Europa ficarão com a janela de transferências aberta até 31 de agosto.
A Arábia Saudita, que voltou a investir e a buscar o que de melhor tem em outros países, poderá “recrutar” reforços até 12 de setembro. Ou seja, quase dois meses de temor com a possibilidade de novas perdas. Além do torcedor, os técnicos também estão ansiosos – muitos já passaram por isso. Eles trabalham o grupo sem ter certeza de que todos os atletas permanecerão.
Os jogadores do Brasil voltam ao batente cientes de que estão sendo observados por dirigentes europeus ou por seus representantes no País. Sabem ainda que serão comparados aos craques da Copa ou ao futebol jogado nos gramados da Rússia. Somente aos poucos, o torcedor brasileiro vai se esquecer do Mundial e, assim, voltar à realidade do futebol local, com estádios mais modestos, menor público nos jogos e atletas que jamais estariam em uma Copa do Mundo.