Depois de um hiato por causa da pandemia de Covid-19 no mundo, o Japão retomou, enfim, um costume envolvendo crianças e sumô, tradicional luta originária no país: a competição de choro de bebês.
Disputa com ares de ritual, o “sumô chorão” não era realizado desde 2019. Segundo a tradição, celebrada em templos de todo o país, acredita-se que a competição traz boa saúde aos bebês.
Uma das mais famosas e organizadas foi registrada no Templo Sensoji, em Tóquio, com 64 bebês, neste sábado (22). Ainda por causa da Covid-19, a disputa foi adaptada: desta vez, ao invés de serem segurados por lutadores de sumô usando o mawashi — sim, aquela vestimenta com uma espécie de cinto enrolado como uma tanga na cintura e nada mais —, os bebês subiram no “ringue” no colo dos pais.
O estímulo para o bebê chorar não tem muito segredo, para deleite da plateia. Funciona assim: pessoas usando máscaras da criatura mitológica “oni” (que pode ser traduzido por algo como demônio) assustam os bebês, sem muito esforço.
Pelas regras da competição no Templo Sensoji, o primeiro bebê que gritar é declarado vencedor por um árbitro de sumô, que usa uma espécie de leque de madeira para sinalizar a vitória.
Em entrevista à agência de notícias APF, Shigemi Fuji, presidente da Federação de Turismo de Asakusa e organizador do evento no Templo Sensoji, disse entender que as pessoas achem terrível fazer bebês chorarem de propósito.
“Mas no Japão, acreditamos que os bebês que choram muito também crescem de forma saudável. Esse tipo de evento acontece em muitos lugares no Japão”, ressaltou ele.