Vivendo uma das piores crises nos últimos anos e com reuniões marcadas por tensão, os cartolas da Fifa selaram um “acordo de paz” para evitar controvérsias durante a Copa do Mundo.
Assim, assuntos como a venda de torneios da Fifa para fundos de investidores, a mudança no Mundial de Clubes e outros assuntos polêmicos foram retirados das agendas dos encontros.
A reportagem do Estado apurou que, na noite de sábado em Moscou, os seis presidentes das federações continentais se reuniram para estabelecer a agenda política dos próximos dias. Mas chegaram à constatação de que, diante das diferenças, deveriam decretar um “armistício” e uma trégua, deixando as polêmicas para depois do Mundial.
A primeira delas foi a decisão de não tomar uma posição final sobre a expansão do Mundial de Clubes. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, quer um torneio com 24 equipes e tem negociado com grandes clubes europeus. Mas a Uefa já deixou claro que não aceita o novo torneio.
O clima entre Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, e Infantino também tem causado mal-estar. Durante os encontros do Conselho da Fifa, membros do órgão revelam que o clima é de tensão e de troca de farpas dos dois lados. Como um dos vice-presidentes da Fifa, Ceferin se senta ao lado de Infantino. Mas nem isso impede a controvérsia.
Outro assunto que ficará para depois da Copa é a ideia de Infantino de vender parcelas de torneios para grupos de investidores e bancos. No início do ano, ele apresentou um projeto de criação de uma Liga Mundial de seleções com a participação de fundos dispostos a dar US$ 25 bilhões à iniciativa.
A ideia também criou um mal-estar diante da falta de detalhes e de transparência sobre quem seriam os reais donos do dinheiro.
Para completar, a expansão da Copa do Mundo do Catar para 48 seleções também será tratada. Mas apenas para “decidir” que não haverá decisão. Os delegados deverão dar a Infantino o aval para estudar o assunto e realizar um trabalho de avaliação técnica sobre a viabilidade de passar de 36 para 48 seleções já em quatro anos.
O único ponto complicado da agenda que não conseguirá ser superado é o da escolha da sede de 2026. Na quarta-feira, os 210 membros da Fifa definirão se o Mundial irá para a América do Norte ou para o Marrocos, numa disputa política profunda.