A Justiça Estadual determinou reforço na segurança pública nos bairros Jardim Vila Alpina e Cidade Jardim, em Catanduva (SP), onde dezenas de crianças foram molestadas em uma suposta rede de pedofilia.
“O reforço foi necessário devido às denúncias de que mães e crianças, vítimas dos pedófilos, estão sofrendo ameaças”, explicou a juíza Sueli Juarez Alonso, da Vara da Infância e da Juventude de Catanduva, que decidiu pelo reforço depois que uma família registrou as ameaças na polícia. “A PM iniciou as rondas nos bairros e a famílias receberam números de telefones da polícia para ligar assim que notarem algo suspeito.”
A PM iniciou as rondas na noite de sexta-feira e madrugada deste sábado com viaturas oficiais, mas homens do Serviço Reservado (P-2) também circulam pelo bairro, na tentativa de surpreender os criminosos.
A decisão da Justiça pelo reforço ocorreu depois que menino de 10 anos, vítima de abuso, teve uma crise nervosa e precisou ser internado, ao supostamente ser ameaçado por William Melo Souza, 19 anos, que responde por atentado violento ao pudor e por ter ajudado o tio, o borracheiro José Barra Nova Melo, 46 anos, a molestar pelo menos 10 crianças.
Melo está preso e Souza, desaparecido, mas a delegada Rosana Vanni não descarta pedir sua prisão novamente. Ele estava preso temporiamente, mas foi solto na semana passada por um habeas-corpus.
A família do menino é a principal testemunha da existência da rede (os três filhos foram molestados e teriam estado na mansão onde ocorreriam os abusos). A família deixou o bairro e aguarda a data de depoimentos em um esconderijo.
Além deles, duas mães que lideraram o movimento de denúncia recebem telefonemas anônimos, assim como seus filhos, também vítimas dos pedófilos. Na sexta-feira, uma motocicleta tentou atropelar uma das mães. Na quinta-feira, deve ocorrer o depoimento das crianças, que farão reconhecimento pessoal entre sete suspeitos de ter cometido os crimes.