quarta, 11 de dezembro de 2024
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Animais silvestres afetados pelo fogo recebem cuidados especiais em SP

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), por meio da Fundação Florestal, realizou uma operação especial na Estação Ecológica do Jataí, no município…

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), por meio da Fundação Florestal, realizou uma operação especial na Estação Ecológica do Jataí, no município de Luiz Antônio, na região de Ribeirão Preto. Após o incêndio que atingiu a unidade de conservação, muitos animais perderam seus habitats tradicionais de alimentação. Por isso, as equipes se mobilizaram para encontrar formas de oferecer hidratação e alimentos para a fauna silvestre.

O processo envolveu criatividade, estudo e engenharia para montar os equipamentos. Foram instaladas oito caixas d’água em diferentes pontos da Unidade de Conservação. Elas são abastecidas por um caminhão-pipa, e a torneira goteja sobre uma lona, formando uma bacia que atrai os animais para se hidratarem.

“Os pontos escolhidos para instalar esses equipamentos são aqueles por onde os animais passam com mais frequência. Sem os recursos naturais, eles não têm como sobreviver, por isso, essa ajuda é fundamental. Nesses locais de hidratação, também instalamos equipamentos fotográficos, que nos ajudarão a monitorar os animais sobreviventes”, explica Andréa Pires, coordenadora da Fundação Florestal.

Em outros pontos da Estação Ecológica, as equipes espalham diversos tipos de frutas para os animais. São oito pontos fixos de alimentação. “Tudo é feito com base na experiência com a fauna da estação. Sabemos que alguns alimentos são mais bem aceitos, então os cortamos de forma estratégica para atraí-los”, destaca Matheus Gonçalves, pesquisador e biólogo colaborador da Fundação Florestal.

Estação Ecológica do Jataí abriga mais de 1.700 espécies de fauna e flora, sendo quase 800 de fauna. Entre elas estão animais ameaçados de extinção, como a jaguatirica, a onça-parda, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.

Para combater as chamas no Jataí, o Governo de São Paulo chegou a utilizar sete aeronaves, mais de 50 veículos e mais de 150 pessoas diariamente. Atualmente, a Unidade de Conservação está sem focos de incêndio.

Thiago Miranda, gestor da Estação Ecológica do Jataí, explica que, com a perda da vegetação pelas queimadas, os recursos naturais foram muito reduzidos. “Nossa oferta temporária de alimentos e água até o período das chuvas possibilita que os animais permaneçam na área, em vez de buscar recursos em outros locais, o que muitas vezes pode ser arriscado, já que precisam cruzar rodovias”, diz. “Muitos dos alimentos utilizados, apesar de não serem nativos, servem para atrair seus predadores. Um exemplo é o tamanduá-bandeira, que foi atraído pelas formigas devido às frutas”, completa.

Rede de atendimento para animais silvestres

O cuidado com os animais silvestres vai além do Jataí. O Governo de São Paulo montou uma rede de atendimento e reabilitação para receber animais afetados pelos incêndios florestais. São 26 unidades integradas, que estiveram em alerta para atender animais resgatados das queimadas, além de outros que, ao tentarem fugir do fogo, acabaram sendo atropelados nas rodovias.

Além das unidades próprias da Semil, fazem parte da rede outros Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), municipais e do terceiro setor. Essas unidades recebem autorização do Estado para acolher, identificar, cuidar e reabilitar animais silvestres provenientes de ações de fiscalização, resgate (como incêndios), e entregas espontâneas feitas pela população, com o objetivo principal de devolvê-los ao ambiente natural. Isso garante o melhor atendimento aos animais. Até o momento, 102 animais foram recebidos; destes, 55 morreram, 45 permanecem em tratamento e dois já foram soltos.

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