Mais de 30 gatos que estão no Centro de Controle de Zoonoses de Votuporanga, além de outros dez cães, correm o risco de serem mortos ainda nesta semana. O local, segundo o veterinário Élcio Sanchez Esteves Júnior está lotado e não pode abrigar por tanto tempo os animais que são abandonados pela cidade.
Conforme o responsável pelo Centro de Zoonoses, diferente da maioria dos municípios do Estado de São Paulo, que dá no máximo o prazo de três dias para que os animais recolhidos sejam mortos, Votuporanga, por meio de uma Lei municipal, aguarda até cinco dias.
“Costumamos matar apenas os animais que estão doentes e deixamos os demais para adoção, porém como ela quase não ocorre, quando há uma superlotação, como é o atual caso, somos obrigados a sacrificá-los”, destaca. Élcio também afirma que a Prefeitura não tem como manter o gasto gerado com a criação destes animais e que o Centro de Zoonoses tem a função de cuidar e controlar as doenças que são transmitidas por meio deles aos seres humanos, e não de cuidar dos bichos que são abandonados.
Revolta
Em virtude de alguns munícipes não fazerem a sua parte, o problema do abandono de animais tem se tornado cada vez maior e sobrecarregado outras pessoas, que não conseguem ver um cão ou um gato, seja ele vira-lata ou de raça, passando fome e machucado pelas ruas.
Este é o caso da leitora Marcelina Lourenço Casarim, 43, que na tarde de ontem entrou em contato com o Diário, depois que mais um filhote de gato foi abandonado na frente da residência dela. A dona de casa, que já possui seis gatos e dois cães, todos encontrados na rua, diz que está doente e que não tem mais condições de cuidar de novos animais, mas mesmo assim, como as pessoas sabem que ela gosta e trata bem os bichos, os abandonam perto de seu imóvel.
Preocupada com a situação do gato e como não conseguiu doá-lo durante toda a manhã, como faz com os bichos que encontra abandonados, a procura de um lar para eles, Marcelina entrou em contato com o Centro de Zoonoses e afirma que ficou horrorizada com a notícia de que o animal até poderia ser recolhido, mas que provavelmente seria morto.
“O funcionário que me atendeu fez terrorismo, me ameaçou dizendo que se o gato fosse levado para lá, seria morto. Você acha que eu ia permitir isso? As pessoas gostam de animais, mas gostam dos bem cuidados e de raça. Quando elas vêem os meus, que são todos vira-latas, notam o quanto são lindos por terem sido bem cuidados e comentam que queriam ter um igual”, destacou.