Em apenas 18 meses os anéis de Saturno vão começar a desaparecer. Essa informação surpreendente foi dada pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa), nos Estados Unidos, conforme revelou o jornal Daily Mail.
Essas famosas estruturas arredondadas se transformarão, a partir de 2025, numa linha quase invisível, porque Saturno está em um processo de inclinação de lado com a Terra. Será um desaparecimento temporário.
Os anéis de Saturno são estruturas enormes, que medem entre 70.000 e 140.000 km. São feitos principalmente de pedaços de gelo, rocha e poeira que foram presos pela atração gravitacional do planeta.
Estudos afirma que os anéis se formaram a partir de restos de cometas, asteróides e luas,, destruídos por uma gravidade intensa de Saturno.
As partículas são minúsculas na proporção planetária, como se fossem grãos de areia. Mas, em relação à vida humana no planeta Terra, alguns dos pedaços de gelo podem ser tão grandes quanto uma casa e alguns até tão grandes quanto montanhas.
Parecem, segundo o jornal, finos como papel, com apenas 10 metros de altura nos anéis principais, fazendo com que desapareçam quando vistos de lado. Assim, com a inclinação do planeta, sumirão de vista por um tempo.
Está previsto que eles voltarão a ser vistos assim que se iniciar a próxima fase da órbita de 29 anos de Saturno. Devido a uma inclinação em sua órbita, Saturno oscila ligeiramente em direção e longe do Sol durante todo o seu período orbital.
A cada 13,7 a 15,7 anos, a Terra vê o planeta perfeitamente de lado. A 1,2 mil milhões de quilómetros de distância, isto faz com que os anéis pareçam desaparecer da perspectiva da Terra.
A última vez que este raro evento astronómico ocorreu foi em setembro de 2009 e, antes disso, não ocorria desde fevereiro de 1996.
Atualmente, os anéis de Saturno estão inclinados para baixo em direção à Terra em um ângulo de 9 graus. Esse ângulo terá sido reduzido para apenas 3,7 graus em 2024.
Tal perspectiva única só poderá novamente ser vista a partir de outubro de 2038. No entanto, os astrônomos terão maior facilidade para conhecer melhor algumas das 156 luas do planeta Saturno, que ficarão mais visíveis.
Assim como ficará mais visível a parte inferior dos anéis, algo que não ocorria há pelo menos uma década e meia.
Anéis também estão perdendo massa
A origem dos anéis ainda suscita polêmicas. Algumas teorias sugerem que são tão antigos como o Sistema Solar. Outras, que são relativamente jovens.
Do ponto de vista da angulação, os anéis voltarão a ser vistos. Mas, em termos de massa, podem desaparecer para sempre.
Estudos colhidos pela sonda Cassini da NASA, que voou através dos anéis de Saturno 22 vezes antes de seu mergulho mortal no planeta em 2017, constararam que os anéis estavam desaparecendo na “taxa do pior cenário”.
Os anéis estavam perdendo algo entre 400 kg e 2.800 kg de massa a cada segundo, de acordo com os dados fornecidos pela Cassini.
Segundo informou o Daily Mail, James O’Donoghue, cientista planetário da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, afirmou que “ainda estamos tentando descobrir exatamente com que rapidez eles estão se desgastando”.
Sabe-se que o fenômeno é conhecido como “chuva anelar”. Nele, a radiação do Sol faz as partículas na atmosfera ganharem carga eléctrica.
Como consequência, as partículas se ligam ao gás na atmosfera de Saturno e são puxadas para fora dos anéis pela gravidade do planeta.
O’Donoghue ressaltou que “atualmente, a investigação sugere que os anéis só farão parte de Saturno durante mais algumas centenas de milhões de anos”.