Eleito presidente do Corinthians com 1.235 votos (33,9% do total), Andrés Sanchez inicialmente não queria comentar o assunto, mas depois resolveu falar e se eximiu de qualquer envolvimento na suspeita de fraude nas eleições do clube, em fevereiro, que cresceu após três auditorias constatarem falhas de segurança no sistema de votação e o Ministério Público deixar claro que não é possível assegurar a integridade do pleito.
“Fui candidato. Fico triste com tudo isso, mas precisa perguntar para quem era o presidente do Conselho na época e quem era da Comissão Eleitoral. Não tem nada e ficam fazendo carnaval com isso, mas o Corinthians é assim mesmo. Tudo tem virado uma política muito grande”, disse o dirigente.
Segundo colocado nesta eleição, com 832 votos (22,8%), Paulo Garcia preferiu não se manifestar publicamente, mas designou seus advogados para falar em seu nome e eles reforçaram a preocupação com a idoneidade da votação.
“O promotor de Justiça (Paulo Castilho) pediu a instauração do processo para apurar um crime contra o consumidor. Teriam sido lesados o Corinthians, os candidatos e a própria coletividade, uma vez que todo o processo eleitoral envolve um interesse público”, comentou o advogado Eduardo Silveira Melo Rodrigues.
Candidato que ficou em terceiro lugar na eleição, com 803 votos (22%), Antônio Roque Citadini disse que ainda precisa estudar um pouco mais o caso para opinar. “Soube o que saiu pela imprensa, então ainda não sei profundamente o que aconteceu. Opinar nessa situação é algo complicado. Vou ver o que ocorreu e me manifesto em outro momento”, disse.
O presidente do Conselho Deliberativo do clube na época da eleição, Guilherme Strenger, preferiu não se manifestar sobre o caso e diz aguardar pela definição da Justiça para comentar o assunto.
Quarto colocado na eleição corintiana, com 461 votos (12,6%), Felipe Ezabella lembrou que essa não é a primeira polêmica envolvendo o pleito do Corinthians. “É mais um triste capítulo das eleições alvinegras. Confusões com anistias irregulares, denúncia de compra de votos, guerra de liminares na Justiça, empresários arcando com pagamento de mensalidades com depósitos a título de empréstimos na conta do clube, quebra-quebra na apuração… Vamos acompanhar o desfecho da ação criminal e continuar cobrando transparência”, afirmou.
Último colocado no pleito, com 278 votos (7%), Romeu Tuma Júnior acredita que a gravidade das denúncias faz com que seja necessária uma atenção redobrada no caso. Ele espera que os envolvidos não permitam o fim da história sem que os responsáveis sejam punidos. “O que posso dizer é que considero lamentável tudo isso e, mais uma vez, o maior prejudicado é o Corinthians. Aparentemente, participamos de um pleito maculado. Os sócios, torcedores que não votaram, imprensa, todos nós fomos enganados e causaram danos irreparáveis. É preciso investigação séria para não deixar isso acabar sem punição”, ressaltou.