A prefeita de Fernandópolis, Ana Maria Matoso Bim, investigada em ato improbidade administrativa pela CPI do Merendão, tinha conhecimento sobre superfaturamento de um item da merenda escolar e simplesmente ignorou o alerta do vereador Rogério Chamel ocorrido em meados de junho de 2014.
As declarações de Chamel estão em uma ata da Comissão Especial de Sindicância, instaurada pela Prefeitura de Fernandópolis para apurar irregularidades cometidas por funcionários públicos no suporto superfaturamento de itens da merenda escola.
Chamel foi ouvido no último dia 20 de maio pela Comissão Municipal Especial de Sindicância e declarou que “… Em meados de junho de 2014, faz parte da base aliada da Prefeita Municipal de Fernandópolis, procurou a Sra. Prefeita pedindo a abertura de um processo de sindicância, em seu gabinete, pois ficou sabendo que o valor da maionese usada na merenda estava muito alto (R$ 19,80)” – trecho extraído do Termo de Declaração.
Simplesmente a prefeita mandou que o vereador procurasse o secretário de Planejamento. “… tendo em vista os preços praticados no comércio local. Sendo que foi orientado pela mesma a procurar o Secretário Municipal de Planejamento, Sr. Edson Damasceno, vulgo “Cueca”, por 3 (três)…”. – trecho extraído do Termo de Declaração. O secretário também ignorou o alerta.
As declarações de Chamel foram repetidas nas denúncias encaminhadas ao MPF (Ministério Público Federal) mencionando que a prefeita Ana Bim conhecimento do fato e não tomou nenhuma atitude, vindo a abrir uma sindicância após rumores sobre indícios de superfaturamento na merenda escolar.
Passaram dez meses e Ana Bim ignorou a denuncia do vereador, comprando e pagando valores exorbitantes em diversos itens da merenda escolar. Os índices de elevação dos produtos flutuaram entre 30% e 185%.
A prefeita Ana Bim pode até ser acusada de prevaricação, já que tinha conhecimento e deixou o fato “correr solto” na administração.