Junto com os atletas das 58 cidades que vieram participar dos 50.º Jogos Regionais, Votuporanga recebe comerciantes ambulantes de várias regiões. Uma cena bem comum durante os Jogos é ver em frente às praças esportivas muitas barracas lotadas com diversos tipos de produtos. Um mercado informal que envolve pessoas de localidades distantes em busca de um retorno financeiro significativo.
O resultado do jogo não importa, o que vale mesmo é tentar vender. João Candido Pereira tenta se manter no mercado há 20 anos. Especializado no ramo de alimentação, ele tem no currículo muita experiência para lidar com os atletas. “Na semana retrasada eu estava nos jogos de Ourinhos há dois anos vou para lá trabalhar no mesmo campeonato”, conta.
Pereira é de Osvaldo Cruz, localizada a 300 km de Votuporanga, e está na cidade especialmente para o campeonato e pretende ficar até o final. “Com o fim dos jogos de vôlei, iniciam as competições de basquete e trocam as turmas. Se continuar assim vou poder ficar até acabar, mas, se o movimento diminuir vou embora na segunda-feira”, explica, já que sua barraca fica em frente ao ginásio Jane Maria de Lacerda Soares, mais conhecido como CSU.
Ele também conta que acompanha vários tipos de eventos, e que, o lucro mínimo fica em torno dos R$ 2 mil. “Nos dez dias que fiquei em Ourinhos consegui uma média de R$ 1,5 a R$ 2 mil. Mas nos rodeios consigo lucrar bem mais. Temos que ir onde tem gente”, calcula. Pereira conta que já veio a Votuporanga a passeio, mas para trabalhar é a primeira vez. “Gostei da cidade e o lucro está razoável”.
Para Joaci Francisco do Nascimento, o reflexo financeiro não está perfeito. “Poderia estar sendo bem melhor”, admite. Ele tem uma barraca de malharia e veio de Araçatuba até aqui para trabalhar e tentar ir embora satisfeito. “Se Deus quiser fico até o final”, torce Nascimento.
Barraca lotada o tempo todo, atletas entrando e saindo para olhar as camisetas e suas estampas variadas, Nascimento explica que está em todos os jogos. “Meu irmão (dono da barraca) já viajou o Brasil inteiro atrás dos atletas”, conta.
Ele começou a trabalhar com o irmão há pouco tempo. “Já fui para Sertãozinho e agora Votuporanga é o segundo jogos que eu venho. Vamos para Marília agora”, conta. Um exemplo de força de vontade e determinação, afinal, enfrentar sol e chuva com a incerteza dos valores que serão alcançados, é para quem tem muita coragem. Independente da distância e do tipo de evento o que vale é colocar o pé na estrada, e, o mais importante, conquistando sempre novos clientes. (Colaborou Lara Rodrigues)