
Alunos da Universidade Brasil em Fernandópolis realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira (14), a partir das 14h, no pátio principal do campus, contra a retenção de recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) pela instituição.

Os estudantes, que foram beneficiados pelo FIES, alegam que a universidade não devolveu os valores das mensalidades pagas antes da aprovação do financiamento, conforme previsto em portaria do Ministério da Educação (MEC).
Durante o protesto, os alunos realizarão um “apitaço” e utilizarão “narizes de palhaço” para chamar a atenção para a situação. Eles esperavam que a universidade emitisse um comunicado oficial sobre o caso, mas até o momento não houve manifestação da instituição.
Entenda o caso do Fies
Alunos da Universidade Brasil em Fernandópolis protestam contra a retenção de recursos do FIES, alegando que a instituição não está cumprindo o prazo de 15 dias para o reembolso, conforme estabelecido pela portaria do MEC. A universidade, por sua vez, justifica a medida com base em um comunicado oficial, alegando que a convocação inesperada de novos beneficiários pelo MEC impactou sua gestão financeira. A instituição informa que os valores serão convertidos em crédito para mensalidades futuras, em conformidade com a Portaria MEC nº 209/2018. Os alunos, insatisfeitos, registraram reclamações no Procon e buscam medidas judiciais, questionando a decisão da universidade e exigindo o reembolso integral em dinheiro.
Histórico de escândalos, denúncias e investigações
A Universidade Brasil já foi alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público em 2019, sob acusação de venda de vagas, principalmente no curso de Medicina, e fraude no FIES. Na época, o ex-reitor José Fernando Pinto da Costa e seu filho foram presos, mas posteriormente liberados.
Atualmente, a reitora Barbara Costa, filha do ex-reitor, é alvo de críticas dos alunos, que a acusam de mimada, arrogante e de reter os recursos do FIES.
Alunos também relatam dificuldades em entrar em contato com o setor financeiro da universidade, que segundo eles, não responde aos questionamentos. Eles também criticam a ausência da reitora, que estaria viajando frequentemente. “Não existe um financeiro na instituição. Tudo é pelo app e eles não respondem. Tem mais de meses que estamos tentando falar com eles e eles não respondem aos alunos. Tudo é online e ninguém responde nada. A faculdade não consegue resolver nada. A Bárbara só fica viajando e nunca para em Fernandópolis. Só vê no Instagram, ela indo para a China, fazendo viagens e mais viagens internacionais, quando a gente tenta resolver um problema com ela e só pelo Instagram e ainda é super mal educada, verdadeiramente uma garota mimada”, declarou uma aluna prejudicada pela política da Universidade.
“O que chama atenção é que um tal de “Pontel”, que seria um delegado de polícia aposentado e que é o braço direto da reitora, concorda com toda essa situação. Ele é um conhecedor da lei e sabe que isso é totalmente ilegal reter os valores do Fies. É triste saber que um homem que foi delegado, concorda com essa falcatrua contra os alunos. Deveria pedir demissão”, relatou outro aluno prejudica.
Outras denúncias contra a universidade
A universidade também é acusada de suposta sonegação fiscal ou evasão de divisas, por não recolher impostos municipais de forma adequada. A Prefeitura de Fernandópolis informou que abriu um procedimento investigatório sobre o caso em 2024, mas até o momento não houve manifestação oficial sobre o andamento das investigações.
A Câmara Municipal de Fernandópolis chegou a aprovar um projeto de lei que reduziu a alíquota do ISS em troca da Universidade transferir totalmente a sede para a cidade. Fato que não aconteceu, deixando os vereadores da época com uma enorme decepção.
Posicionamento da universidade
Até o momento, a Universidade Brasil não emitiu nenhum comunicado oficial sobre o protesto ou sobre as denúncias de retenção de recursos do FIES.
