domingo, 17 de novembro de 2024
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Alunos da escola Afonso Cáfaro fazem mapas para cegos

O professor de geografia e história, Admilson Daniel Luz, e a coordenadora pedagógica, Cleuza das Dores de Souza, confeccionaram durante as aulas com estudantes da escola estadual Afonso Cáfaro, uma…

O professor de geografia e história, Admilson Daniel Luz, e a coordenadora pedagógica, Cleuza das Dores de Souza, confeccionaram durante as aulas com estudantes da escola estadual Afonso Cáfaro, uma série de mapas táteis para serem doados ou expostos nas escolas com salas de aula que atendem deficientes visuais.

Os mapas são feitos em relevos que permitem a leitura de cegos ou pessoas com baixa visão. A atividade foi desenvolvida com cerca de 100 alunos entre as séries dos ensinos Fundamental e Médio. Professor Ademilson explica que ao longo do tempo teve alunos surdos e cegos e procurou aprender a mostrar o mundo através dos mapas para eles. “Tive dificuldades de ensinar, sentia-me inútil. Eu fui fazer libras e tive muitas dificuldades com alunos que não enxergavam. Por isso me ví responsável por fazer algo para esses alunos”, explica Admilson, que vai fazer outras oficinas para finalizar o trabalho dos mapas e estarão prontos para essa disposição.

A escola Afonso Cáfaro é a única do município que tem o programa de ensino integral, onde o aluno fica o dia todo na escola. Os estudantes cursam no período matutino o currículo tradicional da série e, durante a tarde, disciplinas que promovem a construção do projeto de vida dos estudantes, estimulando sua autonomia e seu protagonismo.

AÇÕES INCLUSIVAS

A atividade foi desenvolvida inicialmente com alunos de 7º ano no ano passado hoje estão no 9º ano, esse ano foi retomado com continuidade no 2ª série A e B do Ensino Fundamental. “Com objetivo de atender todas as necessidades inclusivas, principalmente de alunos sem visão dada a ausência de material didático dessa necessidade visual principalmente, foi proposto ao longo do tempo que fizéssemos mapa tátil que estamos desenvolvendo com oficinas na USP oferecida pela nossa Diretoria de Ensino”, explica o professor Admilson Luz.

Ainda segundo o professor, os mapas são feitos em alto relevo, trabalhado em tapume e pregos com linhas de bordar. O próximo passo agora é inserir lixas de várias texturas e o alfabeto braile. “Essas são oficinas que inserimos durante nossas aulas no ensino regular, dadas as necessidades, pois não temos sala de recursos”.

FAPESP

A ideia de confeccionar os mapas táteis foi proposta pela coordenadora do núcleo pedagógico da diretoria de ensino de Fernandópolis, Shirley Garcia Bordignon Uliana, que participa de um dos grupos de estudos da fundação de amparo à pesquisa do estado de são Paulo (FAPESP).

Shirley conta que durante estes encontros discutiram como melhorar o ensino da escola pública com
troca de experiências, informações, projetos e participação de oficinas. Entre as oficinas, a de car tografia tátil deu origem ao projeto de mapas táteis com os alunos da escola Afonso Cáfaro em Fernandópolis.

GOOGLE

Em sala de aula foi traçado também um roteiro para a visitação virtual por meio do Google. Entre os locais, o teatro municipal, a casa da cultura, a estação ferroviária, bairros centrais e periféricos e até a estação de tratamento de resíduos industriais.

A diretora da escola, Adriana Rebello da Silva Cassadante, diz que estes projetos estão de acordo com os princípios da escola Afonso Cáfaro: criatividade, solidariedade, autonomia, protagonismo juvenil e motivação.

Adriana Cassadante lembra que o grande desafio da educação vai além dos livros. O professor tem que estar informado sobre estas novas tecnologias e saber usá-las em sala de aula.

Jornal O Extra

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