O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes classificou a denúncia da Lava Jato como absurda e negou ter interferido em prol do ex-diretor da DERSA, Paulo Souza, conhecido como Paulo Preto. A força-tarefa da Operação em Curitiba apontou que o ex-ministro teria sido beneficiado por Paulo Preto com um cartão de crédito.
Aloysio Nunes ressaltou que nunca foi acusado de ter se apropriado de dinheiro público e disse estar seguro em relação às acusações: “eu não tenho nenhum interesse pessoal, a favor ou contra, processos ou inquéritos que envolvam o engenheiro Paulo Souza. Nunca ninguém fez nenhuma acusação contra mim de ter me apropriado de dinheiro público. Os empresários ouvidos na Lava Jato, nenhum deles disse que me ofereceu um níquel sequer em troca de ação minha no Executivo ou Legislativo”.
As denúncias também indicam que Aloysio Nunes entrou em contato com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para que concedesse habeas corpus ao engenheiro.
O ex-chanceler negou as acusações e garantiu que não possui amizade pessoal com Gilmar Mendes.
Para Aloysio Nunes, Paulo Preto estava prestes a ser vítima de uma decisão arbitrária, e o ministro do STF não precisaria da ajuda dele para decidir pelo habeas corpus concedido ano passado: “a juíza que acabou por condenar o engenheiro Paulo Souza estava prestes a dar sentença sem ouvir testemunhas de defesa. Mas o ministro Gilmar não precisou de mim para decidir do jeito que decidiu”.
No início da semana, a Procuradoria-Geral da República arquivou um pedido da força-tarefa da Lava Jato que tentava impedir Gilmar Mendes de julgar ações envolvendo Aloysio Nunes e Paulo Preto.
Na decisão, a procuradora-geral afirmou que há casos específicos para a suspeição de magistrados e o caso do ministro do STF não se aplica. Raquel Dodge ainda disse não ter visto provas de que Aloysio Nunes e Gilmar Mendes mantêm uma amizade pessoal.