A ministra do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, fez nesta quarta-feira (16/11) um convite ao próximo governo brasileiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva, para conversas sobre cooperação nos setores de clima e energia.
A social-democrata explicou que o objetivo é uma “parceria que vá além do setor de energia e aborde a reestruturação socioecológica da economia como um todo”.
Schulze afirmou que, com Lula como presidente, o Brasil terá a chance de deixar de lado uma economia baseada na destruição florestal.
“O país tem tudo o que é necessário para uma economia próspera e sustentável. Lula sabe muito bem que a Floresta Amazônica traz muito mais para a economia do que o desmatamento”, disse Schulze, à margem da atual Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito.
“Desenvolvimento que possibilita mais prosperidade”
A ministra alemã afirmou que o Brasil pode se tornar um líder em agricultura sustentável e na produção de hidrogênio verde, que é obtido por meio de energias renováveis.
Segundo Schulze, a parceria prevista abrange todos os instrumentos da política de desenvolvimento, inclusive os bancos de desenvolvimento.
“Existe agora uma oportunidade de apoiar conjuntamente um grande salto no desenvolvimento que possibilite mais prosperidade para todos, volte a unir a sociedade e alivie o clima”, disse a ministra alemã.
Como representante da presidência alemã do G7, Schulze quer organizar um diálogo com o futuro governo brasileiro imediatamente após o término da COP27.
Lula anuncia intenção de sediar COP30
Também nesta quarta-feira, Lula anunciou no Egito a intenção de sediar a conferência mundial do clima de 2025 na região amazônica. O presidente eleito afirmou que apresentará a sugestão ao secretário-geral da ONU, António Guterres.
Lula vem defendendo uma melhor proteção da floresta tropical brasileira. “O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva”, disse em discurso após a sua reeleição, no qual prometeu lutar pelo “desmatamento zero”.
“O Brasil está de volta ao mundo […] Nós vamos fazer uma luta muito forte contra o desmatamento ilegal”, reiterou nesta quarta-feira na COP27.