Mais uma vez a Usina Alcoeste volta a desrespeitar a população de Fernandópolis. Depois da alegria na vitória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo a tristeza e irritação contaminaram, de novo, munícipes de várias regiões da cidade nas primeiras horas desta segunda-feira.
Carros, quintais e roupas no varal ficaram novamente cobertos pela fuligem da cana-de-açúcar, obra da Usina Alcoeste em plenos dias secos com umidade relativa do ar abaixo de 50%. A fuligem (palha da cana queimada) está espalhada em todos os bairros da cidade provocando indignação da população e criando procedência para problemas de saúde.
Diversos estudos, realizados por pneumologistas, biólogos e físicos, confirmam que as partículas suspensas na atmosfera, especialmente as finas e ultrafinas, penetram no sistema respiratório provocando reações alérgicas e inflamatórias. Além disso, não raro, os poluentes vão até a corrente sangüínea, causando complicações em diversos órgãos do organismo.
O Dr. José Eduardo Delfini Cançado, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), finalizou em 2003 uma tese de doutorado sobre o assunto, que apresentou à Faculdade de Medicina da USP. Adaptado para a forma de artigo, o estudo será publicado na edição de maio de 2006 da revista científica Environmental Health Perpectives.
No dia 31 de dezembro de 2009 o diretor presidente do Grupo Arakaki, Kosuke Arakaki, afirmou que a Usina Alcoeste não realiza mais a queima da cana-de-açúcar como método utilizado para facilitar a colheita do produto.
A declaração aconteceu no gabinete do prefeito Luiz Vilar Siqueira durante um evento, mas as declarações de Kosuke Arakaki não foram verdadeiras, já que o Região Noroeste flagrou maquinas e funcionários da Usina Alcoeste colocando queimando a cana-de-açúcar no último dia 13 de abril em uma área próximo a cidade de Fernandópolis.
A queima da palha de cana-de-açúcar na safra 2010/2011 está proibida no Estado de São Paulo das 6h às 20h. A proibição vai até o dia 30 de novembro, segundo determinação da secretaria estadual do Meio Ambiente. Quem desrespeitar a restrição pode ser multado em até R$ 150 mil.