O advogado Marcos Rogério Seloto foi preso no último dia 24, acusado de enganar a Justiça de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, por uma semana. Ele é acusado de tentar conseguir vantagens processuais para uma cliente da cidade, que fica a 325 quilômetros de Campo Grande. Seloto esteve em Chapadão do Sul na última semana patrocinando ações em favor de sua cliente envolvida em processo de divórcio. Desde quarta-feira, ele tem se passado pelo advogado Marcos José Camarim. Ele conversou com promotores, pessoas do cartório forense, o juiz de direito, o delegado e até pessoas do Conselho Tutelar, com o objetivo de conseguir vantagens no processo. Ele chegou a ter acesso ao processo do Fórum, que corre sob segredo de Justiça. No final do dia de ontem, Seloto compareceu ao Fórum para tentar apressar uma citação judicial, oportunidade em que a chefe do cartório solicitou-lhe a apresentação da carteira da OAB. Ele saiu para pegar a carteira no seu carro e não voltou mais.
A chefe do cartório comunicou o fato ao juiz Gil Messias Fleming que, ao tomar conhecimento do fato, chamou o delegado Lúcio Fátima para procurar o advogado nos hotéis da cidade. Porém, no hotel, ele tinha dito que seu nome era João Roberto Garetti. A essa altura Marcos Rogério Seloto já havia saído da cidade.
O verdadeiro Marcos José Camarim apareceu, na terça-feira, na audiência sobre a guarda dos filhos da cliente de Marcos Rogério. Ele não foi reconhecido pelos dois promotores de Justiça, como sendo o homem que atenderam na semana anterior. Seloto seria sócio de Camarim no escritório que têm em comum na cidade de José Bonifácio. Teria usado o seu nome sem o seu conhecimento, inclusive falsificando a sua assinatura na petição do dia 18.
Terminada a audiência, o juiz Gil Messias Fleming expediu ordem de prisão do advogado Marcos Rogério Seloto. Imediatamente a Polícia Militar iniciou busca na cidade para prender o advogado. Ele foi abordado na MS 306, nas proximidades do Sindicato Rural, em direção à saída para Cassilândia, onde Seloto os esperava. Preso, o advogado seguiu para o Fórum de Chapadão do Sul, onde prestou depoimento aos promotores. Do Fórum, foi levado para a Delegacia de Polícia Civil onde está preso.
Marcos Rogério Seloto deve responder crimes por falsa identidade, agravada por tê-la usado junto a funcionário público, e por falsidade ideológica. Se condenado, ele pode pegar até 18 anos de prisão.
