Foi condenado ontem, Paulino de Andrade, de 52 anos, acusado de tentativa de homicídio, a três anos e seis meses de reclusão, em regime inicial aberto, com direito a apelar em liberdade.
O Julgamento teve início às 9h e a sentença acabou de ser redigida às 12h15.De acordo com o juiz Jorge Canil, que presidiu a sessão do Tribunal do Júri, o réu Paulino de Andrade resolveu agredir a vítima Washington Buso dizendo que o mesmo deixou uma bicicleta furtada na residência de Paulino.
No dia 6 de agosto de 2012, Paulino tentou matar com golpes de faca a vítima Washington, para complicar a situação de Paulino, a vítima havia realizado uma cirurgia no braço e no dia do fato, estava utilizando uma tipoia.
Segundo o juiz, a vítima não correspondeu com as provocações do acusado, causando irritação em Paulino. De acordo com Jorge, foi uma tentativa ‘branca’, pois não causou ferimentos na vítima, que conseguiu se defender dos golpes.
O réu foi preso em flagrante e o processo foi encaminhado ao juiz José Manuel Ferreira Filho, que afirmou que o réu poderia responder em liberdade.
O promotor de justiça José Vieira da Costa Neto, pediu a dispensa do relato da vítima e de todas as testemunhas. Julgamento.
De acordo com o réu, que disse não ter nada contra a vítima, declarou que a briga começou, pois Washington começou a dar ‘cadeiradas’ contra ele, e que imediatamente foi ao mercado para pegar uma faca pequena e se defender. “Eu não queria atingir ele, apenas assustá-lo”, afirmou.
Segundo o juiz, além do réu ter praticado tentativa de homicídio, ele também cometeu o crime de furto, ao pegar a faca no mercado e não pagar. Segundo o réu, na época ele bebia pinga e atualmente está procurando ajuda numa associação antialcoólica para parar com o vicio do álcool.
Segundo o promotor José Vieira, o réu ficou preso um tempo antes, durante três meses, por ter esfaqueado outra pessoa. E que além de tudo, a sua ficha criminal é extensa, possuindo várias passagens. O réu em todo o momento dizia ao promotor não se lembrar de nada do que aconteceu diante das acusações direcionadas a ele.
De acordo com José Vieira, a população pacata de Parisi quer ver o réu distante da cidade, pois ele vive aterrorizando a vida do pessoal de lá. Para o promotor, “se a vítima tivesse reagido e matado o réu, seria legítima defesa pura. Sendo que o crime só não aconteceu por circunstâncias alheias à vontade de Paulino”.
De acordo com o advogado de defesa do réu, Gilberto Aparecido do Nascimento, que atuou na defesa juntamente com o advogado Edilson da Costa, o réu só praticou a tentativa de homicídio, pois estava embriagado. “Quem deveria estar na cadeira do réu é uma garrafa de pinga, pois ela é quem provocou tudo isso”.
O advogado deixou claro que se Paulino fosse para a cadeia, ele iria piorar seu comportamento. “A cadeia é a escola do crime. E se a vontade dele é parar de beber, isso já é meio caminho andado”.
Diante do julgamento, o juiz absolveu o réu na acusação do crime de furto, sendo condenado apenas pela tentativa de homicídio.
De acordo com o advogado Gilberto do Nascimento, ele não recorrerá à sentença, pois para ele, foi uma sentença justa, já que no crime de furto ele foi absolvido.
Para o promotor José Vieira, a sentença também foi justa. “Foi o que pedimos, se o réu cometer algum deslize ele vai ser recolhido”. Jurados
Sete jurados foram sorteados para compor a sessão do Tribunal: Vítor Assunção Espíndola, Nayara Roncolato Antonin, Renata Cristina Serrate Orlandeli, Orlando Garcia Carrinho, Dener Ricardo do Nascimento, Daniele Fernanda Zarpelão e Anderson Portela Cândido.
Segundo o juiz Jorge Canil, “rejuvenescemos o corpo de jurados. O jurado que participou no ano passado não poderá participar no ano seguinte. A maioria dos jurados é jovem: alunos de Direito da Unifev e estagiários.
Oficiais de justiça recorreram à faculdade para buscar jurados, pois nós esgotamos o corpo de jurados por conta dos 25 julgamentos que aconteceram no ano passado”, finaliza. (Colaborou Paola Munhoz)