O Fórum da Comarca de Votuporanga julga no dia 18 de setembro, menos de um ano após o crime, Rogério Souza de Almeida. Ele é acusado de ter matado com golpes de faca, por conta de uma discussão de dívida de R$20, Morivaldo Pinto Moreira, no bairro Jaboticabeiras. Em seguida, teria desovado o corpo da vítima numa mata, em uma estrada rural entre Votuporanga e Álvares Florence.
O júri popular terá início às 9h. O sorteio dos 25 jurados que deverão comparecer ao julgamento será realizado no dia 2 de setembro, às 13h15.
O crime aconteceu em 9 de novembro de 2014. Consta no processo que o acusado alegou que a vítima, Morivaldo, conhecido por “Morinha”, lhe devia a quantia de R$20, e que no dia dos fatos o cobrou. Já outra versão aponta que Morivaldo teria se recusado a dividir uma porção de droga. Após ser assassinado, teve o corpo levado até uma mata fechada, próximo ao Córrego do Bonito, quase na divisa com Álvares Florence.
O CRIME
Na época, Rafael Clara, segundo tenente da Polícia Militar de Votuporanga, que foi quem comandou os trabalhos que resultaram na elucidação do caso, explicou como tudo aconteceu. Segundo ele, no dia do crime, surgiu a informação, por meio de uma ligação ao 190 da PM, indicando que em uma mata no bairro Jabuticabeiras, havia acontecido um assassinato.
Também surgiu a notícia de que um homem procurou socorro médico no Mini Hospital Fortunata Pozzobon com ferimentos suspeitos, de cortes nos braços. Diante dos fatos, várias viaturas policiais foram mobilizadas. Uma foi para a unidade de saúde e outras para uma mata apontada na ligação, no bairro Jabuticabeiras, onde teria ocorrido um homicídio. No local, foi encontrada uma poça de sangue e o cabo de uma faca quebrada, que, ao que tudo indica, havia sido usada no crime.
Porém, naquele momento, nenhum corpo foi encontrado. Na unidade de saúde, o então suspeito, Rogério, foi indagado sobre o fato e confessou o crime. Ele se prontificou a acompanhar a equipe até outra mata, na região do “Ponto da Onça”, onde ele teria escondido o corpo.
As equipes se mobilizaram para preservar o local onde aconteceu o homicídio para o trabalho da perícia no bairro Jabuticabeiras, enquanto outra parte foi até a região indicada. Rogério também indicou o carro que teria sido usado no transporte do corpo, que foi, momentos depois, abordado na avenida Emílio Arroyo Hernandes, no bairro Pozzobon, pela equipe de Rocam.
O corpo de Morivaldo foi encontrado em uma propriedade rural, com sinais de que já estava há algum tempo em óbito e que foi deslocado por um veículo. “A Polícia Militar teve sucesso de prender o autor e localizar o dono do automóvel que teria sido utilizado no transporte do corpo”, afirmou na época o Segundo Tenente.
No dia da prisão, Rogério disse aos policiais que matou Morivaldo após uma briga, causada por uma porção de droga. “Infelizmente, foi apontado como justificativa um motivo banal. Ele (Rogério) falou que estava usando entorpecentes e, então, o amigo (Morivaldo), não quis ceder uma parte da droga. Eles entraram em luta corporal, que resultou na morte da vítima”, disse o policial. Rogério responde pelo crime em reclusão e não recorreu após ter sido pronunciado à júri popular.
Jociano Garofolo/A Cidade