O calçadista de 31 anos acusado de matar a companheira dele, Juliana Amores, 26 anos, em Birigui, e fugir com os dois filhos do casal, foi preso no início da noite desta terça-feira (22) em Corumbá (MS), na divisa com a Bolívia.
A prisão foi executada por policiais civis integrantes do Setor de Inteligência da Delegacia Seccional de Araçatuba, acompanhados da delegada Maria Salete Cavestré Tondatto, responsável pelo inquérito que apura o homicídio.
O crime ocorreu entre a noite de quarta-feira (16) e a madrugada de quinta (17) e o corpo de Juliana foi encontrado em estado de putrefação na casa dela, na manhã de sexta-feira (18), após o acusado telefonar para familiares contando que a havia matado. Ele disse que estava longe, pediu para cuidar dos filhos, um de 5 e outro de 9 anos, os quais estavam com ele, mas não informou onde estava.
BOLÍVIA
Segundo a polícia, após a localização do corpo, o calçadista fez novo contato com familiares revelando que estava na Bolívia e queria se entregar. Entretanto, disse que faria isso apenas na presença da delegada responsável pelo caso e de familiares.
A equipe da Polícia Civil viajou para Mato Grosso do Sul no início da noite de segunda-feira (21) e chegou a Corumbá (a 900 km de Araçatuba) após as 14h. Os policiais estavam acompanhados da irmã e de um cunhado do acusado.
Apesar de ter afirmado que se entregaria, ele resistiu e somente no início da noite foi preso. O calçadista deverá prestar depoimento sobre o crime apenas quando chegar em Birigui, nesta quarta-feira (23).
REINCIDENTE
O corpo de Juliana foi encontrado caído no chão do quarto do casal, sobre um cobertor. Apesar de estar em estado de decomposição, foi possível constatar lesões no rosto e no pescoço da vítima.
O casal vivia junto havia cerca 15 anos e a mulher foi agredida outras vezes pelo companheiro, segundo a polícia. Em março de 2009, ela registrou boletim de ocorrência denunciando que, mesmo grávida de dois meses e meio, foi agredida pelo calçadista, que ameaçava matá-la junto com a família dela.
Em novembro de 2014 foi registrado novo boletim de ocorrência de agressão pelo acusado, que alegava que tinha sido traído pela companheira. Na ocasião, a jovem conseguiu medida protetiva pela Lei Maria da Penha e eles se separaram. Porém, o casal reatou o relacionamento no início deste ano.
Folha da Região