sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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ACIF busca apoio do empresariado para “salvar” Museu de Fernandópolis

Logo na primeira edição de fevereiro deste ano, o jornal CIDADÃO expôs a situação precária em que se encontra o Museu Histórico de Fernandópolis, instalado na casa do fundador do…

Logo na primeira edição de fevereiro deste ano, o jornal CIDADÃO expôs a situação precária em que se encontra o Museu Histórico de Fernandópolis, instalado na casa do fundador do bairro Brasilândia, Carlos Barozzi.

Na ocasião, o secretário de Cultura de Fernandópolis, Vicente Renesto, afirmou que medidas relativas a uma reforma emergencial se encontravam em planejamento e que seriam executadas ainda naquele mês.

No entanto, antes da realização da reforma paliativa, Renesto tomou conhecimento de um projeto, em andamento, elaborado por sua antecessora, Iraci Pinoti, de restauração do local, por meio de investimentos do ProAc – Programa de Ação Cultural.

O ProAc oferece ao contribuinte do ICMS a oportunidade de patrocinar a produção artística e cultural de São Paulo apoiando financeiramente projetos credenciados pela Secretaria da Cultura do Estado SP. Quem participar do programa pode se aproveitar de benefício fiscal, creditando-se de 100% do valor destinado ao patrocínio.

Aproveitando-se desse programa, Iraci elaborou o projeto e pediu o credenciamento junto a Secretaria do Estado de Cultura e para tal, se fazia necessário a indicação de uma entidade de utilidade pública, sem fins lucrativos, para gerir a obra, o que levou a indicação da ACIF – Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis.

“O estado manda o recurso para uma conta que abrimos de acordo com a orientação deles. Desse dinheiro a ACIF é obrigada a prestar contas com as notas de despesas cumprindo um cronograma pré-estabelecido”, explicou o presidente da ACIF Carlos Takeo Sugui.

O investimento, de acordo com Sugui, será de R$443 mil. A campanha para angariar investidores foi lançada no café em comemoração aos 52 anos da ACIF, mas as obras deverão começar somente em 2014, já que a arrecadação do ICMS desse ano já foi fechada.

“Agora é só caminhar para a arrecadação, para depois começarmos a execução da obra. O que não podemos é deixar nosso Museu como está. Com certeza conseguiremos o apoio de nosso empresariado. Não é nada além do que eles pagam de impostos, eles só irão destinar à nossa Cultura”, completou Sugui.

SITUAÇÃO

São 73 anos de história escorados em duas vigas de madeira. A calçada em frente a casa da família Barrozzi, tombada como patrimônio histórico do município, teve de ser isolada por conta do risco de desmoronamento. Um problema que, segundo os próprios funcionários do museu, foi detectado no segundo semestre de 2012.

A fachada está em ruinas. As rachaduras nas paredes assustam quem passa pelas ruas do bairro. “A gente fica preocupado. Ainda bem que eles cercaram. Já pensou se isso cai na cabeça de alguém? Eles tinham que arrumar. Nosso museu era muito bom quando chegava visita em nossa casa e tínhamos pelo menos esse lugar para trazê-los”, afirmou na época, Maria de Fátima, moradora do bairro.

Por conta da atual situação do museu, algumas das peças expostas tiveram de ser transferidas para um anexo que fica ao lado da casa onde antes era a UBS do bairro. Apenas as salas em risco foram interditadas, as demais continuam abertas a visitação.

HISTÓRIA DO MUSEU

Atualmente, o Museu Histórico de Fernandópolis mantém um acervo com objetos que pertenceram aos antigos moradores e que representam a cultura local e regional.

O núcleo inicial do acervo foi constituído através da doação da família Barozzi e pela transferência do conteúdo de vários museus escolares. Além disso, outras famílias doaram outros objetos que representam a história e o cotidiano da cidade.

O local abriga telefones da década de 40, os primeiros computadores de Fernandópolis, que surgiram na década de 80, doados pelo Escritório Brasil. Os teclados são fixados nos monitores e as CPUs possuem cerca de um metro de altura. Há também as mobílias da sala do primeiro prefeito eleito, Líbero de Almeida Silvares, e um armário com louças da família Barozzi. O próprio prédio faz parte da história da cidade.

O museu foi instituído no dia 10 de novembro de 1982 pelo então prefeito Milton Edgar Leão, data da fundação do bairro de Brasilândia. A casa que abriga a história fernandopolense foi construída no final da década de 1930.

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