Depois da vitória palmeirense por 2 a 0 sobre o Guarani, o treinador Abel Ferreira abriu a entrevista coletiva cobrando medidas de órgãos responsáveis a respeito da violência no futebol, evidenciada neste domingo (6) com a morte de um torcedor do Cruzeiro em confronto com atleticanos em Belo Horizonte, além de recentes ataques a ônibus de Bahia e Grêmio.
Sem ser nem perguntado sobre o assunto, Abel iniciou sua fala questionando: “Hoje entrei aqui nessa coletiva de imprensa, (e pouco antes) me disseram que tinha havido uma rixa num jogo, inclusive acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais?”
E continuou: “Os órgãos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm que assumir, dar as caras, exercer os cargos que têm. Têm que justificar o cargo que tem. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa em seu cargo faça, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a CBF, quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas”, disse.
Além disso, o treinador cobrou ações efetivas, e minimizou a importância somente de palavras. “É preciso passar à ação. Palavras o vento leva. Isso me preocupa muito. A segurança me preocupa muito”, completou.
Num segundo momento, Abel refletiu sobre a possibilidade desse fato afetar sua continuidade no Brasil: “Quando entrei aqui e vi as imagens no México e me dizem que se passa a mesma coisa no Brasil, vou ter que pensar muito bem no que quero para minha família, para mim e meus jogadores”, afirmou
“Jogadores de outros clubes e meus já falaram. Posso ser grande rival, mas tem que ter respeito pela vida humana. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Se vemos isso e não fazemos nada, alguma coisa vai mal. Temos que passar à ação. Estamos à espera de quê?”, finalizou Abel Ferreira.