À primeira vista, não usar xampu pode parecer estranho, porém há quem garanta que o cabelo fica mais saudável e hidratado sem o cosmético.
Quem lançou a ideia foi a cabeleireira britânica Lorraine Massey, autora do livro “O Manual da Garota Cacheada”, em que sugere o uso de pouco (low poo) ou nenhum xampu (no poo) nos fios. Primeiro, a técnica se popularizou entre as mulheres de cabelos crespos e, aos poucos, começou a ser adotada por mulheres com todo tipo de cabelo, que sofrem com ressacamento ou frizz.
As mulheres que aderiram a essas técnicas usam como argumento que os shampoos contêm componentes – como os sulfatos – que tiram os resíduos da cabeça, mas que também comprometem a hidratação dos fios.O principal problema de abolir o sulfato da rotina é que ele é o único elemento da fórmula dos xampus que remove do cabelo alguns outros ingredientes que compõem vários outros produtos do mercado, mas que são agressivos aos fios, como petrolátos, óleos minerais e parafinas. Esses compostos estão presentes em uma série de xampus, condicionadores, máscaras hidratantes e cremes para pentear.
Quem é adepto do no poo, no qual não é permitido o uso de nenhum agente limpante, abre mão também dos silicones insolúveis. Mari Morena, blogueira e youtuber, é uma das responsáveis por difundir a ideia no Brasil. “O primeiro vídeo que fiz sobre o assunto teve uma recepção tão boa que acabei abrindo um canal temático”, diz ela, que comanda um canal com seu nome. “Acho que principalmente para mulheres com cabelos cacheados e crespos, a técnica traz liberdade. Você passa a entender que não precisa deixar mais os cuidados com seus cabelos nas mãos de outra pessoa nem é obrigada a fazer química neles”.
Quem dispensa o uso de xampu encontra alternativas para higienizar os fios, tais como receitas caseiras, ou produtos que não levam sulfato ou silicone em suas fórmulas. A alternativa mais popular é o co-wash – a lavagem com condicionador – que consiste em passar um produto que não contém nenhum daqueles ingredientes na raiz e em todo o comprimento do cabelo. “Quando começamos com a técninca no Brasil, não tinha opção, então liamos todos os rótulos e faz´iaamos receitas caseiras”, conta Mari Morena “Hoje, o idel é comprar os produtos específicos, que são mais seguros, porque não tem como fazer uma análise química das fórmulas que criamos”.