domingo, 10 de novembro de 2024
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A Páscoa do Concílio

Neste ano, a festa da Páscoa traz marcas do Concílio. A páscoa sempre evoca o passado, de maneira a trazer presente o significado dos acontecimentos antigos. Pois bem, desta vez,…

Neste ano, a festa da Páscoa traz marcas do Concílio.

A páscoa sempre evoca o passado, de maneira a trazer presente o significado dos acontecimentos antigos.

Pois bem, desta vez, somos convidados a associar as diversas evocações antigas da Páscoa, com acontecimentos mais recentes na caminhada da Igreja.

Entre eles, se destaca, com evidência, o Concílio Ecumênico Vaticano II.
Sem sombra de dúvidas, o maior acontecimento da Igreja no século vinte. Em outubro deste ano, se comemora o jubileu de sua abertura oficial. Ele iria depois durar quatro anos, com sessões que em média duraram três meses cada ano.

Este o acontecimento que a Igreja se sente na obrigação de recordar, não só por curiosidade histórica, mas pela vigência de suas orientações, que ainda continuam balizando a caminhada da Igreja.

Como referência, é colocada a data de onze de outubro, dia da abertura oficial do Concílio em 1962. Vale a pena recordar o famoso discurso de João 23, feito na solene abertura dos trabalhos conciliares.

O entusiasmo do Papa se manifesta logo nas primeiras palavras do seu discurso. Elas não podiam ser mais otimistas: “gaudet mater ecclesia”, isto é, “alegra-se a Mãe Igreja”.

O motivo da alegria era constatar a graça especial, que a Providência tinha proporcionado à Igreja, de realizar um concílio ecumênico em nossa época, com tanta abertura de espírito, e com tanta expectativa por parte do mundo inteiro.

João 23 já tinha narrado o episódio muitas vezes. A idéia de convocar um concílio ecumênico tinha sido uma verdadeira inspiração divina. Tanto que o próprio Papa se surpreendera com a proposta, que levada ao conhecimento do público, despertou logo tanto entusiasmo, que a realização do concílio se tornou irreversível.

No seu discurso de abertura, João 23 fez questão de insistir no espírito de bondade e de tolerância, que deveria marcar este concílio. Enfatizou suas afirmações, insistindo:

“A Igreja Católica… deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade também com os filhos dela separados”.

Nenhum concílio na história tinha começado com tal disposição de espírito. E nenhum concílio se viu tão estreitamente ligado a um papa, como o Vaticano II se desenhava como a réplica do “Papa da Bondade”, como o povo já tinha identificado João 23.

E no final do seu discurso, dirigindo-se diretamente aos bispos que estavam iniciando os trabalhos conciliares, deu-lhes as seguintes recomendações: “isto requer da vossa parte serenidade de espírito, concórdia fraterna, moderação nos projetos, dignidade nas discussões e prudência nas deliberações”.

Passados 50 anos, estas recomendações do Papa se constituem em preciosa mensagem de Páscoa, a ser colocada em prática por todos.

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