Me disse um amigo, há poucos dias, que se Juscelino Kubitschek fosse presidente do Brasil, hoje, ele não poderia construir Brasília porque o Ministério Público, ONGs, a classe artística e políticos aproveitadores de situações impediriam o projeto por conta do corte de árvores, nivelamento do terreno e a construção, por exemplo, do Lago Paranoá.
Se Chico Anysio, Jô Soares, Agildo Ribeiro, Rogério Cardoso e, principalmente, Costinha, estivessem vivos e em condição de trabalhar, não seriam contratados por emissoras de televisão. As piadas destes comediantes seriam consideradas fora do politicamente correto.
Se David Nasser lançasse, hoje, o hit carnavalesco “Nêga do Cabelo Duro” seria preso. A dupla sertaneja Tião Carreiro e Pardinho, então, seria deportada se teimasse em cantar o sucesso “Preto de Alma Branca”.
Daí, concluí que vivemos em um país de choradeira, denuncismo e invencionices. Não que defenda agressões de qualquer forma a pessoas, instituições, raças, religiões, etc., mas não posso deixar de reclamar de tanto mimimi.
Me lembro de um “sucesso” da década passada que foi cantado e dançado até por atores internacionais, jogadores de times da Europa e por milhões de brasileiros. “Eu quero tchu, eu quero tcha”, lembra? Meu Deus! É o fim!
A Brasil Paralelo – primeira empresa brasileira de jornalismo que não aceita anúncios pagos com dinheiro público – fez uma série de reportagens com o tema “O fim da beleza”. Assisti estarrecido pelo que empresas politicamente corretas estão fazendo com a qualidade dos anúncios por conta de atender mimimi de todo lado.
Um padre está sendo processado, no Estado de São Paulo, porque disse em uma missa que as feias devem se cuidar para não desagradar os maridos. Um pastor está sendo pressionado pelo Ministério Público de Minas Gerais a retirar o que disse em um sermão porque defendeu que prostituição é pecado.
A pergunta, então, é: onde isso vai parar?
Não é apenas o fim da beleza, a proibição do corte de árvores ou a limitação da presença de pessoas bonitas em anúncios. Não. É muito mais. É o veto à opinião, à liberdade de escolhas, ao dever de promover o progresso e, enfim, de ter liberdade.
E não se engane: o que acontece hoje com os outros, seus vizinhos, conhecidos e desconhecidos, vai acabar acontecendo comigo, com você, e em pouco tempo se nada for feito agora.
*É jornalista, cristão e professor universitário.