Nos últimos dias, a presidenta Dilma definiu o seu contragolpe à crise econômica mundial e às CPIs e denúncias que vêm assombrando o seu governo. Neste ponto, “juntou a fome com a vontade de comer” quando fez a opção por eleger os bancos como inimigos públicos número um do país. Isso porque é evidente que ninguém mais suporta os juros escorchantes praticados pelos bancos no Brasil e que as taxas de juros aqui praticadas batem recordes em qualquer lugar do mundo.
No governo do molusco mor, quando era chefe da Casa Civil, Dilma acompanhou atentamente a luta do ex-vice presidente José Alencar, que promoveu, sem sucesso, uma verdadeira cruzada contra as taxas altíssimas. Embora fosse favorável às idéias do vice, no governo e na campanha eleitoral Dilma ficou quietinha, até por conveniência, porém, agora que tem o poder da caneta presidencial, assumiu o papel de comandante em chefe dessa que promete ser uma boa guerra, se é que existem boas guerras.
Além do mais, o assunto agrada a gregos e troianos, encontrando respaldo não só na opinião pública, mas também na imprensa em geral e principalmente entre os próprios políticos, tão desacreditados pelos seguidos escândalos de corrupção.
Resumindo, os companheiros e aliados de primeira hora abraçam a causa, a oposição fica sem ação, porque não tem como contrariar tema tão importante e a imprensa repercute de modo positivo a iniciativa, fazendo um contraponto às notícias ruins que se avolumavam. Bingo!
Quanto aos bancos, estão todos com as burras cheias do dinheiro fácil dos juros e saberão facilmente se adaptar à necessidade de ganhar menos e prestar melhores serviços à população. Aliás, depois dos juros, a prestação de serviços é a maior fonte de receitas dos bancos, já que todos os serviços são remunerados. Aliás, muito bem remunerados, diga-se de passagem.
Cá com os meus botões, penso que o único receio nesta história de demonizar os bancos é que isto já foi feito antes em relação a outros setores da economia, com resultados catastróficos. Num primeiro momento, a coisa funciona, mas e depois?
Pese isso, o principal é que a população reconhece e agradece a “coragem da Dilma” e responde à iniciativa com recordes e mais recordes de popularidade, beirando a até então inimaginável marca do molusco mor, que certamente será ultrapassada nos próximos meses, pelo andar da carruagem. Enquanto isso, onde estiver, o saudoso José Alencar certamente diria “Amém”!