sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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A estatal e seus 40 (?) ladrões

Nunca na história desse país houve escândalo como esse da Petrobrás, certamente a maior reunião de larápios, ao menos que se tenha notícia, para “tungar” recursos públicos. Digo sem nenhum…

Nunca na história desse país houve escândalo como esse da Petrobrás, certamente a maior reunião de larápios, ao menos que se tenha notícia, para “tungar” recursos públicos.

Digo sem nenhum medo de errar, pelo alto grau de envolvimento de executivos da estatal, empresas e empresários, além de políticos das mais variadas matizes. Sem contar que a crise, de maneira bem evidente, colocou em lados antagônicos a presidente e seu guru, o molusco mor, cada um querendo tirar o corpo fora da confusão.

Ao longo desse período, a dubiedade e a insegurança da presidente deixaram Graça Foster “vegetando” por longos e penosos meses, talvez esperando que a maré de más notícias fosse passar. Não passou e a maré ainda se transformou num tsunami de péssimas notícias. Enfim, durante o calvário de Graça, a presidente acabou permitindo que o PT e seus correligionários fossem achincalhados, ressuscitando o desgaste do mensalão, dado a gravidade do envolvimento das lideranças do partido e seus aliados.
Não bastasse, já começam a pipocar, aqui e ali, mais notícias ruins decorrentes do escândalo. Primeiro, as empreiteiras foram seriamente abaladas e com elas, todas as demais empresas que prestavam serviços à Petrobrás, direta ou indiretamente.

Agora, boatos de que os bancos terão que fazer provisões para a cobertura dos empréstimos que foram contraídos por estas empresas e certamente não serão honrados. A conta passaria da casa da centena de bilhões de reais, segundo consta.

Resumindo, com executivos na cadeia e projetos parados, as fornecedoras da Petrobras começaram a sentir o baque do escândalo. Obras paradas, projetos adiados, demissões, crédito escasso e menos investimento é o cenário que se desenha para elas. Até agora, 23 empreiteiras foram indiciadas por envolvimento na operação que investiga a corrupção na maior empresa do país.
Noves fora o estrago nas contas da estatal e empresas envolvidas, a pergunta que não quer calar é uma só: até onde isso iria, não tivesse sido deflagrada a Operação Lava Jato? É até possível imaginar o cenário tenebroso.

Os “gatunos” continuariam a roubar cada vez mais a viúva, os bancos e as bolsas de valores estariam comemorando os aumentos dos preços das ações e a roda gigante dessa corrupção não pararia nunca.

Menos mal que os fatos estão sendo apurados, mas não há como negar que, pressionada pela avalanche de denúncias de corrupção, a Petrobras vive sua mais grave crise de credibilidade, afundando, com ela, o próprio governo e, a continuar como está, a própria governabilidade.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)

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