quinta, 14 de novembro de 2024
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A bicharada está solta à caça do voto

Não é jogo do bicho, mas o eleitorado de 33 cidades da região de Rio Preto tem vários candidatos que usam apelidos de animais para conquistar o voto. Se a…

Não é jogo do bicho, mas o eleitorado de 33 cidades da região de Rio Preto tem vários candidatos que usam apelidos de animais para conquistar o voto. Se a fauna eleitoral é grande, alguns apostam em nomes com gosto duvidoso para tentar cativar o eleitor na disputa por uma vaga nas câmara municipais.

Engraçados ou não, candidatos alegam que optaram por usar seus apelidos porque é assim que são conhecidos em suas cidades. Quanto menor o município, o consultor de marketing eleitoral Marco Iten considera ser maior as chances de um dos “bichos” vencer a disputa eleitoral. “O uso de um apelido é uma boa estratégia de identificação e popularização do candidato Mas tem de ser algo natural e não artificial”, afirmou Iten.

Na “arca de Noé” eleitoral da região estão o Ponei, o Cobrão, o Grilão, o Rolinha, o Patinho, o Jacaré, o Boi, o Pardal, o Tatu e tantos outros. Os “bichos” são candidatos nas mais diferentes legendas. Germínio Ferreira Sodré (PP) é um mero desconhecido no seu bairro em Mirassol. Por isso, ele decidiu inovar no nome da urna para não deixar o eleitor do bairro Beija Flor, localizado na periferia de Mirassol, esquecê-lo. Até a eleição de outubro, ele quer ser identificado como Tatu Beija Flor.

“Todos me conhecem como Tatu, desde criança. Beija Flor é o nome do bairro em que sou líder comunitário”, afirmou o candidato a vereador pelo PP. “Meu trabalho é serio. Tomei a frente para conseguir benfeitorias para o bairro. A turma me conhece e respeita”, disse Tatu Beija Flor.

EXÓTICOS

Já entre os candidatos considerados “exóticos” chama a atenção a história da candidata que se identificou apenas com as iniciais do seu nome: “M.H.B de O.” Moradora da cidade de Cajobi e filiada ao PSDB, a tucana afirmou que sua candidatura foi apenas para o partido atingir a cota destinada às mulheres, conforme exige a legislação eleitoral.

Maria Helena Buosi de Oliveira, a M.H.B de O., afirmou que apenas emprestou seus documentos à legenda para lançar sua candidatura. Ela afirmou que não terá o seu próprio voto. “Nem meus vizinhos sabem que sou candidata. Estou ajudando outro vereador na cidade”, afirmou a tucana ao dizer que não tem tempo para fazer campanha, já que seu marido está com problemas de saúde.

Para o consultor em marketing eleitoral, o uso do apelido pode ser uma ponto favorável para os candidatos, desde que tenham propostas sérias. “Se o Bin Laden é conhecido assim nos últimos cincos anos e tem propostas séria, faz parte a piada incorporada ao nome”, afirmou Iten. O especialista, no entanto, admite que alguns apelidos podem contribuir para a perda de votos, como Sheila “Louca”, de Fernandópolis. “Não é atrativo. Não deve ser eleita nunca. O nome não é suficiente para eleger e, ainda, pode tirar alguns votos”, afirmou.

Para Iten, o “Veinho do Ovo” por exemplo deve ser por conta da atividade profissional desempenhada por Jairo Arado (PV) em Bebedouro. “Pode ser uma pessoa séria, com um negócio e conhecido desta forma”, afirmou o consultor que lembra ser comum o uso do sufixo político, como “fulano” da farmácia, ou “ciclano” da oficina entre outros fatores que podem ser usados para associar o nome ao candidato.

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