sábado, 28 de setembro de 2024
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Artista simula como músicos do Mamonas Assassinas estariam

O morador de Botucatu (SP) que faz sucesso nas redes sociais ao usar inteligência virtual e softwares de edição de imagens para dar rostos humanos a personagens e animações fez…

O morador de Botucatu (SP) que faz sucesso nas redes sociais ao usar inteligência virtual e softwares de edição de imagens para dar rostos humanos a personagens e animações fez uma uma homenagem ao grupo Mamonas Assassinas utilizando os mesmos recursos. Nesta quarta-feira (2), a morte do músicos em um acidente aéreo completou 26 anos.

O artista Hidreley Leli Dião recriou os rostos de Dinho, Julio Rasec, Sergio Reoli, Samuel Reoli e Bento Hinoto como estariam se estivessem vivos, todos na faixa dos 50 anos.

As imagens estão em uma postagem que Hidreley fez em seu perfil no Instagram.

Na publicação, o artista escreveu “E se os integrantes da banda Mamonas Assassinas não tivessem nós deixado tão cedo?” e usou as habilidades que o fizeram ganhar destaque internacional para proporcionar aos fãs e saudosistas da banda uma ideia de como os cinco integrantes da banda estariam fisicamente se estivessem vivos.

Ao g1, Hidreley disse que era um grande fã do grupo. “Fiz a postagem com muito carinho porque eu era muito fã deles, muito mesmo e fiquei triste com tudo o que aconteceu.”

Acidente aéreo
O avião em que estava a banda Mamonas Assassinas, que foi sucesso na década de 1990, caiu Serra da Cantareira na noite de 2 de março de 1996. O tempo estava fechado na Grande São Paulo naquele sábado.

Segundo as autoridades, o jato executivo Learjet sobrevoou as árvores, atravessou a cortina de névoa fria e colidiu na mata. Além dos cinco integrantes da banda, outras quatro pessoas – dois tripulantes, um segurança, um assistente de palco – estavam na aeronave. Os nove ocupantes morreram no local.

Alecsander Alves (Dinho), de 24 anos, vocalista e líder da banda; Alberto Hinoto (Bento), de 26, guitarrista; Júlio Cesar Barbosa (Júlio Rasec), de 28, tecladista; e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira (Samuel e Sérgio Reoli), de 22 e 26, respectivamente baixista e baterista, voltavam de um show em Brasília, o último de uma exaustiva turnê pelo país.

O avião estava sob o comando do piloto Jorge Martins e do copiloto Alberto Takeda. Os dois funcionários da banda eram o segurança Sérgio Saturnino Porto e o roadie (e primo de Dinho) Isaac Souto.

Vida aos desenhos
O g1 conversou com Hidreley no mês passado sobre seu trabalho. Utilizando softwares e inteligência artificial, o jornalista e empresário “dá vida” a personagens famosos de desenhos animados.

O morador de Botucatu também é colaborador de uma revista digital há quase 5 anos. Por isso, a rotina é voltada para descobrir novas narrativas e relatá-las aos leitores.

Entre essas histórias, está a de artistas que descobriram na inteligência artificial uma forma de trazer um “novo olhar” para pinturas antigas e estátuas, com traços realistas. Com o trabalho desses criadores, Hidreley diz que desenvolveu sua técnica de criação.

“Comecei a estudar a inteligência artificial, fiz pesquisas e tive a ideia de fazer algo diferente: fazer as estátuas e pinturas antigas, mas como se eles vivessem nos dias de hoje, como se você pudesse se encontrar com eles no supermercado. Esse é o meu projeto. Olhar para essas caricaturas e imaginá-las em ‘carne e osso’”, explica.

Hidreley diz que conseguiu absorver e entender o processo de criação em seis meses e revela que usa em seu “esquema próprio” de criação quatro aplicativos, entre eles o Photoshop e aplicativos no celular.

“Me desafiei a fazer algo que outros artistas estavam fazendo, mas da minha forma. Peguei o jeito de um aplicativo, de outro e deu certo”, relembra.

Processo de criação
O artista não se contentou com apenas trazer vida a estátuas e direcionou o projeto aos tão famosos personagens da Disney.

“Fiz dois personagens, o Moe de ‘Os Simpsons’ e o Aladin, e postei no meu Instagram. Até então, eu tinha 8 mil seguidores, mas o pessoal gostou muito, foi comentando sugestões e eu acolhia e criava o que me pediam. Quando me dei conta, tinha umas 20 novas imagens e novos seguidores. Em duas semanas, muita plataforma grande me procurou para entrevistas e eu estava com mais de 50 mil seguidores”, comemora.

O que o artista mais lê nos comentários de postagens são afirmações como “isso é gente de verdade” ou “isso é fotografia”. Mas ele insiste em dizer que as produções são frutos da inteligência artificial, estudo e dedicação.

Sobre o processo de criação, Hidreley comenta que tem “olhar artístico” para cada arte que se propõe a transformar. Para começar, ele procura rostos em banco de imagens que tenham traços semelhantes aos personagens que quer recriar.

Em seguida, após a escolha da imagem base, o personagem que ganhará vida é sobreposto no Photoshop. A partir disso, o artista monta o rosto real em, no máximo, 50 minutos.

“Estica daqui, estica dali, procuro fontes de cabelo, e por aí vai. Muitas vezes achar uma foto no banco de imagens demora muito mais do que o próprio processo digital. Levo em torno de uma hora para encontrar um rosto e uns 50 minutos no máximo para recriar. No total, são umas duas horas para concluir”, finaliza.

Como exemplo, Hidreley mostra o processo para criar o rosto real do Bruno, personagem do filme Encanto da Disney e que foi um dos projetos mais pedidos pelos seguidores. O rosto base, do banco de imagens de domínio público iStock, é um homem com tom de pele claro e olhos claros.

Para o artista, basta “sentir que irá funcionar” e que o personagem irá se adequar ali como ponto de partida para iniciar a criação.

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