domingo, 10 de novembro de 2024
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Fenômeno deixa temperaturas acima de 30ºC em pleno inverno

O mês de julho deve terminar com temperaturas acima da média no Brasil com foco, principalmente, na região Centro-Sul do país. O fenômeno responsável pela ausência de frio em pleno…

O mês de julho deve terminar com temperaturas acima da média no Brasil com foco, principalmente, na região Centro-Sul do país. O fenômeno responsável pela ausência de frio em pleno inverno é a Oscilação Antártica, uma das mais importantes variáveis que impactam as condições no Brasil e no Hemisfério Sul, tanto na chuva quanto na temperatura.

Segundo o Climatempo, três dos primeiros quatro dias de julho tiveram temperatura acima de 30ºC no Rio Grande do Sul. A temperatura neste começo de mês está muito acima da média histórica em quase todo o Centro-Sul do Brasil, com exceção da Metade Sul gaúcha. Cidades de Santa Catarina e do Paraná têm igualmente enfrentado tardes quentes, com marcas acima dos 30ºC.

“Inevitavelmente, o mês de julho vai terminar com temperatura acima a muito acima da média na maior parte do Centro-Sul do país porque, mesmo na hipótese de uma onda de frio mais intensa na segunda metade do mês, o desvio positivo de temperatura vai ser tão grande nesta primeira quinzena de julho que um episódio de ar gelado apenas reduziria as anomalias acima da média e não faria o mês encerrar com temperatura abaixo dos padrões históricos”, explica a meteorologista Estael Sias.
A conclusão é baseada no que os modelos numéricos indicam para os próximos dez dias. A tendência é de muitos dias ainda de temperatura acima ou muito além da média no restante desta primeira metade de julho, sendo com vários dias com registro de calor. Não há qualquer indicativo de uma grande e prolongada onda de frio nos próximos dez dias.

Influência da La Niña
Estael explica que a La Niña, fenômeno que atua neste momento no Pacífico Equatorial, favorece ondas de frio mais fortes no Sul do Brasil. Ela pode ser prevista com meses de antecedência, mas existe uma variável cujas estimativas são de curto prazo. E ela é extremamente importante para a chegada de massas de ar frio às latitudes médias da América do Sul, incluindo o Sul do Brasil. Trata-se da chamada Oscilação Antártica, também conhecida pela sigla AAO.

A AAO é um fenômeno que produz um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. Também chamada de Modo Anular Sul, conta com duas fases: positiva e negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador, sem atingir a faixa equatorial.

Segundo o Climatempo, depois de um mês de junho com valores muito negativos da Oscilação Antártica, o que coincidiu com um junho de temperatura muito abaixo da média no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a oscilação em torno do Polo Sul entrou em uma fase positiva no final do mês e que persiste neste início de julho, o que se manteria ao menos até o meio do mês, coincidindo com este período sem grandes incursões de ar frio e com predomínio de ar quente com correntes de jato em baixos níveis.

“O inverno não acabou e há muita estação ainda pela frente. Assim como a oscilação subiu muito nos últimos dias pode ter uma forte queda, como se viu em junho, afinal é bastante errática. Portanto, períodos mais frios ainda devem ser esperados. Apenas ressalvamos que, no curto e médio prazo, não se antevê uma onda de frio mais intensa e duradoura e tampouco uma alta frequência de dias frios, mesmo sem uma grande massa de ar polar”.

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